Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): entenda a doença de Pedro Paulo Rangel
- 1. Ator Pedro Paulo Rangel está internado com DPOC
- 2. Afinal, o que é e quais são as causas da doença pulmonar obstrutiva crônica?
- 3. Sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica
- 4. Diagnóstico
- 5. Tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica
- 6. Afinal, como prevenir?
- 7. Dia Mundial de Combate à DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crônica, também conhecida como DPOC, é uma doença respiratória progressiva e que não tem cura. Os sintomas englobam as complicações da bronquite crônica e do enfisema pulmonar, o que dificulta bastante a respiração.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a previsão é que a doença se torne a terceira causa de morte no mundo até 2030. No Brasil, por exemplo, estima-se que cerca de sete milhões de pessoas sofram com a doença.
Dados do GEPRAPS (Grupo de Estudo e Pesquisa Respiratória na Atenção Primária à Saúde) revelam que a prevalência de DPOC no país está em torno de 19% entre adultos maiores de 40 anos. Dessa forma, a região com maior índice é a Centro-Oeste, com 25%, seguida pela Sudeste, com 23%. A região Sul é a menor, com 12%.
Ator Pedro Paulo Rangel está internado com DPOC
O ator Pedro Paulo Rangel, que interpretou o personagem Calixto na novela ‘O Cravo e a Rosa’, enfrenta um quadro de DPOC. Aos 74 anos, ele está internado em um hospital do Rio de Janeiro desde o início do mês. “Fora do CTI [Centro de Terapia Intensiva], mas ainda sem previsão de alta”, escreveu o ator em uma foto no Instagram, em que aparece com uma sonda no nariz.
Pedro Paulo foi diagnosticado com a doença há duas décadas, após anos sendo fumante. “Parei de fumar em 1988, no século passado. Adotei uma vida saudável, aprendi a nadar, andava na praia… E em 2002 soube que estava doente. Eu não senti a doença, eu a descobri. É traiçoeira. Quando aparece, não tem mais chance. Mas eu consigo levar a vida muito bem, desde que esteja medicado. Faço fisioterapia, atividades físicas com um personal… Se tem algo de que eu me arrependa profundamente é de ter começado a fumar. Se vejo um fumante, digo: ‘Não faça isso, espelhe-se no meu caso’”.
Afinal, o que é e quais são as causas da doença pulmonar obstrutiva crônica?
A inflamação e as lesões no pulmão têm como principal causa o tabagismo. Além da fumaça, as substâncias do cigarro destroem o tecido das vias respiratórias. Por isso, as consequências são falta de ar, tosse e dificuldades na respiração.
“Há também a relação entre quantidade e tempo de tabagismo com gravidade da doença. No entanto, a exposição crônica às poluições ambiental e ocupacional, infecções pulmonares de repetição, o próprio envelhecimento, sempre lembrando do fogão a lenha como segunda causa mais comum, também podem estar associados ao desenvolvimento da doença”, afirmou o Dr. Victor Hugo Martins da Silva, pneumologista.
Ou seja, outros tipos de fumaça, como as geradas pelo trabalho em minas de carvão e forno a lenha, também oferecem risco, assim como fumantes passivos e portadores de alterações genéticas nos pulmões.
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Sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica
Apesar de comum, a DPOC é grave e passa por momentos rápidos de piora. Veja os principais sintomas:
- Falta de ar intensa;
- Tosse constante;
- Produção de muco;
- Dificuldade de realizar atividades simples, como caminhar, por exemplo;
- Infecções respiratórias frequentes.
Diagnóstico
Primeiramente, é necessário visitar um pneumologista ou um clínico geral para obter o diagnóstico da DPOC. Depois de analisar a história clínica do paciente, o médico deve solicitar tomografia computadorizada e raio-x do tórax, bem como exames de sangue e gasometria arterial. Além disso, o grau de obstrução das vias respiratórias e o fôlego total são medidos através do exame de espirometria.
Tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica
No tratamento das DPOC, utilizam-se, sobretudo, estratégias para promover o controle da doença e melhorar a qualidade de vida dos portadores. Dentre as mais “comuns”, estão:
- Broncodilatadores (ou seja, bombinhas) na forma de spray, ou dispositivos em pó, de curta e de longa ação. O medicamento age contra o estreitamento dos brônquios, além de relaxar a musculatura local.
- Corticoides via oral e inalatório: diminuem a inflamação em casos mais difíceis.
- Antibióticos: indicado quando existe infecção pulmonar.
- Oxigênio: pode ser usado para aliviar a falta de ar em casos de DPOC mais avançada.
- Reabilitação pulmonar: programa de orientação médica com exercícios supervisionados e indicações para mudança de hábitos, que visa a melhora da qualidade de vida, bem como a saúde do paciente.
Afinal, como prevenir?
De acordo com a Dra. Sônia, coordenadora do GEPRAPS e médica de família, apesar de o abandono do tabagismo não devolver o que já foi perdido em anos de inalação de fumaça, ele interrompe a progressão da doença e aumenta a expectativa de vida da pessoa.
“Outro grupo que merece atenção é o de pessoas que exerçam alguma atividade profissional que a exponham à constante inalação de substâncias irritantes. Neste caso, o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras, é necessário”, comenta a coordenadora.
“Por fim, é importante ressaltar quão importante é realizar a imunização anualmente com a vacina da gripe, além das vacinas para COVID-19 e pneumococo (tanto a 23 quanto a 13). Deve-se lembrar, também, que já é indicado, atualmente, a vacinação para coqueluche e para Herpes zoster.”
Dia Mundial de Combate à DPOC
Organizado pela GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) em colaboração com profissionais de saúde e grupos de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica em todo mundo, a comemoração sempre ocorre na terceira quarta-feira do mês de novembro. Este ano a campanha comemora 20 anos e mais de 50 países realizam diferentes atividades, tornando o dia um dos eventos de conscientização e educação mais importantes do mundo sobre a doença.
Fonte: Dr. Victor Hugo Martins da Silva, pneumologista e Dra. Sônia, coordenadora do GEPRAPS e médica de família.