Doença da varíola dos macacos torna-se emergência global de saúde
Neste último sábado (23), a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou emergência global de saúde para a doença da varíola dos macacos. De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização, a medida servirá para o controle da disseminação do vírus, que acumula mais de 16 mil casos em 75 países. Entre eles o Brasil, com 696 pacientes confirmados desde o início de junho.
A princípio, a decisão foi baseada em diversos critérios. No entanto, se destacam a velocidade de alastramento da doença da varíola dos macacos e o fato de atingir países nunca acometidos anteriormente. Além disso, o risco para a saúde da população pode comprometer o tráfego internacional, assim como a pandemia do coronavírus.
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O que muda com o novo estado emergencial da doença?
Uma situação de emergencial envolve diretrizes que todos os países precisam seguir para frear o surto da infecção. A fim de facilitar o alinhamento global, a OMS dividiu quatro grupos de países de acordo com o risco de transmissão. Na prática, a entidade pede:
- Capacitação médica: países com baixo ou alto risco precisam treinar os profissionais de saúde para o atendimento, diagnóstico e conduta adequada de tratamento.
- Protocolos de controle de transmissão: nações com maior número de infectados devem focar na interrupção de novas ocorrências. Segundo a OMS, é importante que os governos conscientizem a população sobre os riscos e monitorem os casos em andamento.
- Reforço dos cuidados contra o contágio de animais para humanos: hoje, o principal meio de transmissão da doença da varíola dos macacos é humano. Contudo, a enfermidade é uma zoonose e as frentes de saúde pública e animal devem se unir para evitar a infecção de animais para pessoas.
- Medicamentos e vacinas: governos de países com a situação crítica precisam ofertar recursos de saúde para proteger as pessoas. Isso inclui disponibilizar imunizantes e tratamentos para amenizar os sintomas da infecção.
Além dessas diretrizes, a OMS ressaltou a urgência de educar as pessoas contra o estigma da doença, cuja maior via de infecção é a relação sexual entre homens. No entanto, qualquer pessoa está vulnerável ao vírus, sobretudo em países onde a situação epidemiológica é mais grave.
“Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos”
Esta foi uma das declarações do Ministério da Saúde, que emitiu um comunicado após a coletiva oficial da OMS. Em nota, a pasta informou que está trabalhando em conjunto com a OMS para adquirir vacinas para a população, a fim de conter o surto. Por fim, o órgão reiterou o acompanhamento diário do avanço da doença e a disponibilidade dos testes para o vírus no SUS.
Vale dizer que ainda não existe uma vacina específica para a varíola dos macacos. Contudo, o imunizante da varíola humana pode ser uma alternativa eficaz contra a zoonose, pois os vírus são parecidos.