Doadores de sêmen e óvulo: Exame que investiga alterações cromossômicas se torna obrigatório

Gravidez e maternidade Saúde
06 de Janeiro, 2023
Doadores de sêmen e óvulo: Exame que investiga alterações cromossômicas se torna obrigatório

A reprodução assistida geralmente é a saída para casais e futuros pais solo que desejam passar pela experiência da gestação, ainda que apresentem algum problema de fertilidade. Esse método alternativo de concepção já possui diversas regulamentações e acaba de ganhar uma regra para evitar o risco de alterações cromossômicas nos gametas. É o exame cariótipo na triagem de candidatos a doadores sêmen e óvulo no tratamento de reprodução assistida. Continue lendo e entenda. 

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Nova medida para doadores de sêmen e óvulo

A resolução publicada em dezembro aborda as boas práticas de células germinativas e torna obrigatória a realização do exame cariótipo entre os candidatos para a triagem para doação de gametas.

Assim, a publicação permite que o Ministério da Saúde e a Anvisa tragam os requisitos técnico-sanitários mínimos para a doação de sêmem e óvulo e aplica-se a todos os estabelecimentos, públicos ou privados, que realizem atividades com células germinativas, tecidos germinativos e embriões humanos, para uso terapêutico em técnicas de Reprodução Humana Assistida (RHA), visando ao uso próprio ou doação.

O que muda para os doadores?

A partir de agora, para poder doar gametas masculinos (espermatozoide) ou gametas femininos (oócito/óvulo), o candidato deverá fazer o exame de cariótipo. O exame é uma análise que existe há muito tempo, que na medicina reprodutiva ajuda a identificar casos de infertilidade.

Além disso, a análise permite investigar também se, mesmo sendo saudável e sem apresentar sintomas específicos, a pessoa tem alguma alteração cromossômica. Essas características elevam o risco de gerar aneuploidias nos embriões que sejam gerados a partir de seus gametas. Porém, antes da resolução, o cariótipo era opcional.

Importância do exame cariótipo

Larissa Antunes, bióloga e assessora genética da Igenomix Brasil, explica que o cariótipo permite observar alterações estruturais. Por exemplo deleção, duplicação, inversão ou translocação de cromossomos que podem levar ao aumento de risco de aneuploidias. 

“Na maioria das vezes as aneuploidias embrionárias são incompatíveis com a vida, mas também podem estar relacionadas a síndromes, como por exemplo, síndrome de Down. Dentre os outros exemplos estão a síndrome de Klinefelter, que acomete homens, caracterizada por um cromossomo X extra (XXY). Além da síndrome de Turner, que ocorre em mulheres, conhecida como “monossomia do X”. exemplifica Larissa.

Assim, quando há alterações no cariótipo, é preciso que a pessoa conte com um aconselhamento genético, para analisar as consequências da alteração específica identificada e estratégias para planejamento familial. Portanto, uma das possibilidades pode ser um tratamento de fertilização in vitro junto com avaliação genética dos embriões do casal com o objetivo de selecionar os embriões sem aneuploidias para transferência uterina.

Por fim, o documento apresenta também os requisitos específicos da triagem de doadores de sêmen; óvulos destinados a criopreservação (congelamento) e de óvulos a fresco. Portanto, há destaque para os cuidados em biovigilância, que incluem evitar eventos adversos graves em qualquer etapa do processo. Esses cuidados envolvem o processo desde a coleta até a transferência dos gametas, sem que haja interferência na qualidade do embrião.

“Também é previsto como evento adverso grave a perda de material biológico ou nascimento de criança em virtude de embriões de doador portador de doença genética grave ou potencialmente fatal”, observa Larissa Antunes.

Fonte: Larissa Antunes, bióloga e assessora genética da Igenomix Brasil.

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