Disfunção erétil: obesidade é principal fator de risco
De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 83% dos homens entre 50 e 70 anos não consideram a obesidade um fator de risco para a disfunção erétil.
A pesquisa que ouviu mais de 2.000 homens em mais de sete capitais do país aponta que, na opinião dos entrevistados, a redução de testosterona acontece por causa do estresse, excesso de trabalho e mudanças hormonais.
“Alertamos que estar fora do peso é um risco para a saúde dos homens, pois pode desencadear várias doenças como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, bem como influenciar o surgimento do hipogonadismo em homens maduros, isso porque o excesso de tecido adiposo altera o funcionamento da hipófise e dos testículos, inibindo a produção da testosterona. Esse quadro é mais acentuado a partir dos 45 anos”, reforça o urologista Archimedes Nardozza Jr., presidente da SBU.
Disfunção erétil x obesidade
A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos.
No Brasil, os dados também são preocupantes: a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) aponta que mais de 50% da população está acima do peso. Além dos demais riscos à saúde, a obesidade na vida sexual diminui a libido e pode causar a disfunção erétil, no homem.
“A obesidade e o sedentarismo são situações que diminuem a produção de testosterona e aumentam a produção de estrogênio, um hormônio tipicamente feminino mas que atrapalha a fertilidade e o metabolismo da testosterona. Esses pacientes tem uma incidência maior de infertilidade e disfunção erétil”, explica o urologista Danilo Galante.
O especialista destaca que os pacientes que perdem peso, logo apresentam melhora da libido e da disfunção erétil. Contudo, além do emagrecimento, alguns pacientes podem precisar também de terapia sexual, com psicólogo especialista no assunto.
Envelhecimento masculino e o declínio da testosterona
Além da obesidade, o próprio envelhecimento pode causar declínio da testosterona, principalmente após os 40 anos. Popularmente chamado de andropausa, o termo correto é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM). Isso porque, diferentemente da mulher, não ocorre uma pausa hormonal, e sim o seu déficit gradativo hormonal. A partir da quarta década, há um declínio do hormônio no homem, em torno de 1% ao ano.
Outras possíveis causas de baixa testosterona são o uso de alguns medicamentos tarja preta e antidepressivos, como também o tabagismo e alcoolismo.
Tratamento
Diante de qualquer sinal, o indicado é procurar o médico urologista, para uma avaliação clínica completa e realização de exames laboratoriais. “Quando o paciente vem com testosterona baixa, a primeira coisa que oriento é melhorar a qualidade de vida: melhorar o corpo para produzir mais testosterona. Isso inclui sair do sedentarismo, não fumar, não beber, dormir melhor, mas também comer melhor”, explica Danilo.
Não há como evitar o processo natural de envelhecimento humano, mas tem tratamento. “Muitas vezes, só fazendo isso a testosterona aumenta. Contudo, em alguns pode ser feita a reposição de testosterona, seja em gel ou injetável”, explica o profissional.
A terapia de reposição hormonal com testosterona é segura e eficaz, mas deve ser prescrita pelo médico e requer acompanhamento durante o tratamento. “Contudo, é importante destacar que 1/3 dos pacientes que fazem essa terapia podem ter infertilidade”, destaca o profissional.
Referência: Danilo Galante, urologista pela UNESP e especializado em cirurgia robótica.
Referência: SBU