Pacientes com diabetes correm duas vezes mais risco de desenvolver casos graves de dengue
Enquanto os casos de dengue permanecem em alta em todo Brasil, os grupos de risco devem ficar ainda mais atentos para prevenir e tratar a doença. Pacientes com diabetes, no entanto, correm o risco duas vezes maior de desenvolver casos graves da doença, como apontam dados publicados na revista Travel Medicine and Infectious Disease. Na prática, esse aumento representa um risco de internação de 63% comparado a 38% em pacientes sem diabetes.
A dengue, arbovirose urbana de maior relevância na América Latina, afeta pessoas com e sem diabetes de maneiras semelhantes. Porém, segundo informações da Sociedade Brasileira de Diabetes, o problema é que, assim como outros grupos de risco, em pessoas com diabetes, a dengue aumenta o risco de gravidade e mortalidade.
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Diabetes e dengue: Sinais de alerta
Para acompanhar a evolução da doença e evitar agravamentos, pacientes com diabetes devem ficar atentos aos sintomas. Em especial, vômitos, dor abdominal intensa, hemorragias, pressão baixa, sonolência e irritabilidade. Além disso, outros sinais também merecem atenção imediata, como desmaios e alterações no nível de consciência.
Na presença de qualquer um desses sintomas, é necessário recorrer à ajuda médica imediatamente, já que, em alguns casos, a internação é uma medida para prestar tratamento adequado.
Vacinação contra a dengue
Como parte do grupo de risco, pacientes com diabetes também terão preferência na imunização contra a dengue. Contudo, essa medida ainda levará tempo para se concretizar, já que a quantidade de vacinas disponível na rede pública é pequena. Além disso, nesse momento, o Ministério da Saúde priorizou a imunização de crianças e adolescentes até 14 anos. Eles também compõem o grupo de risco, especialmente em áreas com taxas elevadas de dengue.
“O laboratório produtor não tinha disponibilidade de fornecer ao Ministério da Saúde um maior número de doses da vacina este ano”, explica o pediatra e infectologista Marco Aurelio Safadi, coordenador do Departamento de Imunização em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Uma opção é recorrer à rede privada para receber a vacina, evitando possíveis complicações.
O tratamento da dengue para pessoas com diabetes muda?
Na prática, o que muda no tratamento de dengue em grupos de risco é o acompanhamento mais próximo da evolução da doença. Como já comentamos, os sinais de alerta servem de indicadores para intensificar os cuidados médicos.
Contudo, de maneira geral, a dengue não possui tratamentos específicos. Em casos leves e moderados, a recuperação da dengue envolve alguns hábitos que ajudam o próprio sistema de defesa do corpo a combater o vírus, como repouso, hidratação e uso de medicamentos (prescritos por médicos) para controlar os sintomas.
Referências: Sociedade Brasileira de Diabetes.