Derrame pleural: saiba o que é e as causas dessa condição
O derrame pleural, ou água na pleura, é uma consequência de complicações de saúde variadas. Por isso, antes de mais nada, é importante entender o que é a pleura e sua importância para o sistema respiratório. De acordo com Samia Zahi Rached, médica pneumologista do hospital Santa Catarina, essa membrana reveste os pulmões e facilita a respiração. “A pleura possui uma dupla camada: uma reveste os pulmões (visceral) e a outra, a cavidade torácica, chamada pleura parietal”, explica a especialista. Dessa forma, quando há muito líquido entre as pleuras, os pulmões se comprimem e isso gera incômodos persistentes no indivíduo.
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Causas do derrame pleural
Um dos principais motivos que levam ao acúmulo de líquido entre as pleuras são:
- Inflamação do tecido pulmonar.
- Entupimento dos canais por onde passam o líquido pleural.
- Deficiência de proteínas responsáveis por manter a água dentro dos vasos sanguíneos.
Essas complicações podem acontecer devido a doenças variadas. “Por exemplo, infecções como pneumonia, embolia pulmonar, tuberculose, insuficiência cardíaca, problemas renais, cirrose hepática, câncer e outros favorecem o derrame pleural”, comenta Rached.
Tipos de derrame pleural
As características do líquido da pleura se dividem em tipos que determinam a provável causa do derrame. Veja as classificações:
- Aquoso: quando o conteúdo é claro e mais fluido, é sinal de que o problema está em outros órgãos, como o fígado (cirrose, por exemplo) e no coração, com quadro de insuficiência.
- Exsudato: nesse caso, o líquido pode conter pus, sangue e outros fluidos, que tornam sua aparência mais viscosa e turva. A princípio, essa manifestação representa infecções pulmonares, inflamações e câncer.
O derrame pleural não deve ser confundido com a chamada “água no pulmão” (edema pulmonar), condição caracterizada pelo acúmulo de líquido dentro do pulmão, e não no espaço entre as pleuras.
Sintomas
Segundo Samia, o derrame pleural deixa a pessoa ofegante sem muito esforço, provoca tosse e até dor ao respirar profundamente ou ao se deitar, caso haja muito líquido entre as pleuras. No entanto, alguns indivíduos não apresentam essas queixas, sobretudo se o derrame pleural não for significativo. Mesmo com a ausências dos desconfortos, é importante observar outros sintomas se estiver associado a demais doenças.
Diagnóstico
É fundamental procurar assistência médica para realizar exames como a auscultação do pulmão e o raio-X do tórax. Além disso, alguns profissionais podem solicitar a análise do líquido pleural para identificar a origem do derrame e exames complementares de sangue e imagem de outros locais, se forem pertinentes ao diagnóstico.
Tratamento do derrame pleural
Os cuidados são de acordo com a causa, que deve ser tratada em conjunto. Afinal, procedimentos como a extração do líquido acumulado são métodos paliativos. Em geral, quando o derrame é pequeno, não é necessário realizar nenhuma intervenção específica, apenas o monitoramento por raio-X. Contudo, em situações de acúmulo excessivo — certos casos chegam a 4 litros — é feita a drenagem do líquido, que servirá para análise e ajudar no fechamento do diagnóstico.
Diferença entre derrame pleural e água no pulmão
É muito comum confundir os dois termos, mas cada um se refere a uma condição distinta. No caso do derrame pleural, o líquido se concentra na cavidade pleural. Por sua vez, a água no pulmão, também conhecida por edema pulmonar, é caracterizada pela presença de água no interior do órgão. O que elas têm em comum são algumas causas, como a insuficiência cardíaca e outras enfermidades do coração.
Fonte: Samia Zahi Rached, médica pneumologista do hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP).