Dengue na gravidez requer atenção máxima, diz associação
A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) emitiu um comunicado no último dia 15 de fevereiro alertando a população sobre os riscos da dengue na gravidez. De acordo com a entidade, a doença tende a ser mais grave nesse grupo do que em mulheres não grávidas, aumentando em até quatro vezes as chances de morte das gestantes e em três vezes as do feto – especialmente a partir do terceiro trimestre.
O órgão ressaltou que grávidas entram no grupo de risco para a dengue, e sugeriu que elas devem ficar sob vigilância constante, independentemente da gravidade do quadro. Isso porque as alterações que ocorrem no corpo causadas pela gestação podem se confundir com os sintomas da enfermidade, retardando medidas de hidratação precoce e levando a quadros mais graves.
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Cuidados com a dengue na gravidez
De acordo com a Sogesp, as gestantes com dengue sem sinais de alarme necessitam do seguinte tratamento:
- Realização de um hemograma para avaliar a contagem de plaquetas;
- Ficar em leito de observação, com controle rigoroso dos sinais vitais e sintomas;
- Hidratação intensa via oral, com 60 a 80ml a cada quilograma corporal por dia;
- Uso de medicamentos indicados pelo médico que acompanha o caso;
- Receber orientação sobre sinais de alerta ou choque;
- Retorno diário ao consultório depois de receber alta (48h depois do término da febre).
Já as mulheres com sinais de alarme, mas sem sinais de choque, precisam de tratamento diferente. Lembrando que os sintomas de alarme incluem dor abdominal intensa e contínua, vômitos incessantes, pressão baixa, sangramentos e hemorragias. Diante desses quadros, o profissional de saúde precisa:
- Internar a paciente por pelo menos 48 horas;
- Solicitar hemograma completo;
- Realizar a hidratação endovenosa (na veia) com soro fisiológico;
- Fazer uma avaliação do quadro a cada 2 horas.
Por fim, a gestante com sinais de choque circulatório (casos mais graves que incluem pressão arterial baixa e pulso lento e fino) deve:
- Ser internada em leito de terapia intensiva;
- Receber hidratação endovenosa;
- Receber avaliação clínica a cada 15 minutos e laboratorial (com exames de sangue) a cada duas horas;
- Receber transfusão de concentrado de hemácias e/ou plasma fresco se necessário.
Internações
“Por se tratar de fator de risco independente para desfecho negativo na dengue, toda gestante se beneficiaria de uma breve internação, com objetivo realizar exames complementares, avaliar a gravidade do quadro, bem como a capacidade de ingesta líquida da paciente”, recomenda ainda o documento, que reforça que a vacina contra a enfermidade não é indicada para gestantes e lactantes.