Cromidrose: entenda a condição rara que deixa o suor colorido

Saúde
10 de Março, 2023
Cromidrose: entenda a condição rara que deixa o suor colorido

Já ouviu falar de suor colorido? Apesar de parecer estranho, a condição chamada cromidrose pode pigmentar o suor de azul, amarelo, vermelho, marrom e preto. Nesta semana, o tema ganhou atenção após uma mulher compartilhar sua experiência curiosa em seu perfil do TikTok. Marissa e seu marido, que estavam à espera de um filho, ficaram surpresos ao notar que, após ela usar o banheiro, o assento ficou manchado de azul.

@marissamae96 Pregnancy is so weird #pregnancytiktok #pregnancysymptoms #weirdpregnancysymptoms #weirdpregnancythings #bluetoiletseat #momsoftiktok #sahm #firsttimemom #motherhood ♬ original sound – Taylor Dean


Além de pigmentar o vaso, Marissa também deixou uma das cadeiras de sua casa pintadas de azul. O fato inusitado repercutiu na rede social e agora já soma mais de 350 mil visualizações. Logo após a publicação do vídeo, outros usuários do TikTok compartilharam ter passado pela mesma situação. 

Continue lendo e saiba mais sobre a cromidrose.

Veja também: Doenças raras e a importância do diagnóstico precoce

Cromidrose: entenda a condição que deixa o suor colorido 

A rara condição chamada cromidrose faz com que o suor excretado adquira pigmentações como amarelo, azul, verde, preto e marrom. Desse modo, a alteração na coloração acontece pelo acúmulo de pigmento que surge no organismo e afeta as glândulas que produzem o suor – chamadas de sudoríparas

Nesse sentido, a cromidrose costuma aparecer nas axilas e no rosto e pode ser provisória ou acompanhar o paciente durante a vida toda. No entanto, apesar do estranhamento, a condição não oferece riscos e não é prejudicial à saúde.

Além disso, existem outros fatores que também podem alterar a pigmentação do líquido. Por exemplo, uma reação do corpo à pigmentações existentes em tecidos de roupa, ingestão de antibióticos, vitaminas e corantes. 

Contudo, no caso de Marissa, que estava grávida, a explicação é que o aumento da progesterona provoque mais sudorese, o que em contato com outros medicamentos, pode resultar em cromidrose.

Tipos 

A condição possui três variações que tem relação com as glândulas apócrina e écrina. A seguir, confira quais são:

  • Apócrina: é o tipo mais comum e pode atingir áreas como axilas, pálpebras, região anogenital, aréola, tronco e couro cabeludo, que são lugares em que as glândulas apócrinas estão presentes.
  • Pseudocromidrose: pode acontecer em qualquer área do corpo e é resultado do suor expelido pela glândula écrina, que em contato com a superfície da pele, pode colorir o líquido.
  • Écrina: tem relação com a ingestão de corantes, metais pesados, medicamentos ou até mesmo alimentos ricos em licopeno, também encontrado em pimentões e tomates. Assim, nesse caso o suor colorido também pode aparecer em diversas áreas do corpo.

De acordo com o médico tricologista, Misael do Nascimento, existe uma condição fisiológica para a cromidrose do tipo apócrina que é o envelhecimento.

“A medida que a pessoa vai envelhecendo o suor fica mais amarelo. Porém, o suor colorido também apresenta relação com o grau de oxidação da pessoa, mudanças de temperatura (calor extremo), estresse, etc”, afirma o Misael.

Por outro lado, o suor colorido pode indicar sobrecarga do fígado por algum medicamento, ou mesmo uma intoxicação por metais pesados ou uma colonização de bactérias.

Tratamento

Por fim, apesar de não ser uma condição prejudicial à saúde, ela pode afetar a qualidade de vida do paciente. Neste caso, dependendo do tipo de cromidrose, alguns tratamentos podem ser indicados para eliminar a coloração do suor, como por exemplo reduzir a quantidade de alimentos que contém licopeno. Além disso, outra opção é utilizar antibióticos para controlar o efeito da condição.

De acordo com o Dr. Misael, a aplicação da toxina botulínica, o famoso botox, nas axilas também é um tipo de tratamento, já que a substância inibe o suor.

Assim, vale ressaltar que o tratamento dependerá do tipo de cromidrose do paciente, que deve ser avaliado por um médico para se submeter ao tratamento.

Fonte: Dr. Misael do Nascimento, médico tricologista da equipe Nutrindo Ideais, atuante em dermatologia com ênfase ao público masculino.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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