Como proteger a saúde das crianças na volta às aulas
O início do ano é marcado pela retomada das aulas em escolas públicas e particulares de todo o Brasil. Porém, em tempos de pandemia, os cuidados com a saúde das crianças na volta às aulas devem ser ainda maiores. Isso porque a variante Ômicron, muito mais transmissível que as anteriores, está se espalhando muito rápido. Além disso, a maioria das crianças ainda não se vacinaram contra a covid-19. Por isso, confira algumas dicas para proteger a saúde das crianças nesse novo período letivo.
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Dicas para proteger a saúde das crianças na volta às aulas
- Máscara ajustada: A primeira regra para proteger a saúde das crianças na volta às aulas é não abrir mão do uso constante das máscaras, já que a principal forma de transmissão da Covid-19 é por vias respiratórias. Dessa forma, dê preferência para aquelas com melhor qualidade de filtração. O ideal, afirmam os especialistas, é utilizar a N-95 ou a PFF2.
- Distanciamento social à risca: outra dica é estabelecer o distanciamento de um metro entre os alunos. Esse espaço deve ser mantido também entre mesas e carteiras, e o ambiente deve ser bem ventilado.
- Álcool em gel: o item obrigatório para prevenir o coronavírus continua sendo recomendado. Dessa forma, a higienização das mãos, seja com água e sabão ou com álcool em gel, deve ser frequente.
Além disso, no momento da entrada de qualquer aluno, professor ou funcionário, o mesmo deve informar se apresenta algum sintoma de gripe ou Covid-19. Ou, então, se mora com alguém com a doença. Em caso positivo, a pessoa deve retornar para casa e iniciar o isolamento.
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Crianças na volta às aulas: é seguro mesmo sem vacina?
Crianças de 5 a 11 anos já começaram a ser vacinadas contra a COVID-19 em janeiro de 2022. A vacinação está sendo feita em ordem decrescente de idade, ou seja, das crianças mais velhas para as mais novas, sendo que aquelas com comorbidade ou deficiência permanente são prioridades. Sendo assim, muitas crianças ainda estarão sem o imunizante no início da volta às aulas.
Além disso, a oferta de vacinas para as crianças parece bem menor do que a quantidade de pessoas nessa faixa etária no Brasil. A estimativa é de que 3,7 milhões de doses disponíveis, porém, segundo o IBGE, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças com essa idade.
De acordo com Ana Escobar, pediatra, é seguro mandar as crianças de volta às escolas. Segundo ela, as escolas são um ambiente seguro, já que estão seguindo todas as medidas de proteção ao vírus. Além disso, ela completa, crianças acima de 2 anos devem utilizar máscara e, as de todas as idades, devem seguir os protocolos de saúde para evitar a contaminação pelo coronavírus.
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Crianças na volta às aulas: cuidar do emocional e do psicológico também é importante
Cuidar da saúde física das crianças na volta às aulas é importante, mas também é preciso prepará-los emocionalmente para esse retorno. Os educadores, por exemplo, devem estar atentos a possíveis sinais comportamentais dos estudantes no momento de readaptação ao ambiente escolar. Nesse sentido, deve-se estar atento com o surgimento de sinais de ansiedade, que têm aumentado muito entre o público mais novo. A psicóloga Camila Cury, fundadora da Escola da Inteligência, dá alguns conselhos aos pais e educadores:
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Sugira uma saudação diferenciada
Abraços e beijos, infelizmente, estão proibidos. Mas que tal trocá-los por uma saudação diferenciada? Uma reverência com uma música, por exemplo. Isso estimula o lado artístico na volta às aulas presenciais.
Converse com as crianças sobre suas expectativas
Uma sugestão é fazer uma dinâmica com os alunos para compreender como se sentem: dobre uma folha ao meio. De um lado, na parte superior, peça para os alunos escreverem a pergunta: como será a volta às aulas presenciais? E do outro lado: como eu gostaria que fosse?
Após a escrita ou o desenho, todos podem refletir e dialogar sobre as expectativas e as realidades que poderão encontrar no retorno.
Ajude a criança com a nova rotina
Em casa ou na escola, envolva as crianças e os adolescentes no planejamento da nova rotina. Assim, será possível ganhar a confiança deles e desenvolver suas autonomias. Ainda, conhecendo as atividades e os horários, os estudantes ficam menos ansiosos e mais cooperativos.
Lide com o luto de forma empática
Muitos pequenos e profissionais perderam familiares e amigos para a Covid-19. Diante do momento de luto e de sofrimento, é importante que a escola seja esse ambiente de acolhimento e empatia. “Que seja um espaço com atividades que propiciem a escuta mútua, como rodas de conversa e produção de textos, desenhos ou outras formas de expressar e validar os sentimentos”, aconselha a psicóloga.
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Fonte: Camila Cury, psicóloga e fundadora da Escola da Inteligência.