Cirurgia de vesícula: como é feita e os cuidados pós-operatórios

Saúde
29 de Agosto, 2022
Leticia Ramirez Naper de Souza
Revisado por
Nutricionista • CRN-3 63183
Cirurgia de vesícula: como é feita e os cuidados pós-operatórios

A vesícula biliar é o órgão localizado no fígado, responsável pelo armazenamento da bile. No entanto, quando ela começa a desenvolver problemas – geralmente inflamação ou pedras – a cirurgia torna-se uma alternativa para retirá-la. É famosa “cirurgia de vesícula”, ou colecistectomia, que também é indicada em casos de pólipos (crescimento anormal de tecido) e câncer.

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Como é feita a cirurgia de vesícula? 

A princípio, a cirurgia para a retirada da vesícula possui duas formas: a convencional e a por videolaparoscopia. Veja como funciona cada uma.

  • Convencional: o médico faz um corte no abdômen do paciente por onde se retira a vesícula. Embora seja seguro, o método é mais invasivo e deixa uma cicatriz visível.
  • Por videolaparoscopia: a cirurgia dos “furinhos”, ou de “laser” é a mais adotada pelos médicos por ser menos invasiva. O procedimento realiza quatro pequenas incisões (cortes) para remover a vesícula, cujas cicatrizes são pequenas e praticamente imperceptíveis.

Quando fazer a cirurgia de vesícula?

A cirurgia de vesícula é indicada sempre que o paciente apresenta cálculos, pedras ou pólipos. Entretanto, neste último caso, a indicação do procedimento cirúrgico depende do tamanho e do número de pólipos. Na maioria das vezes, a cirurgia segue um agendamento. Mas há casos em que o procedimento é imediato se houver infecção ou inflamação aguda do órgão com dor intensa.

Há algum preparo para a cirurgia de vesícula?

Para o procedimento cirúrgico de retirada da vesícula, é importante realizar exames pré-operatórios para verificar quaisquer alterações. Além disso, o cirurgião precisa da autorização de um cardiologista se a pessoa tiver alguma doença cardiovascular. Por fim, no dia anterior à intervenção, o paciente deve fazer um jejum de 8 horas, inclusive de água.

Como é a recuperação?

A recuperação após a cirurgia de vesícula é rápida e pouco dolorosa. Embora seja tranquila, é importante respeitar o repouso absoluto de dois dias. Logo depois de sete dias, é possível retomar as atividades de rotina. No entanto, nada de pegar peso ou fazer esforço físico intenso – somente após 30 dias de cirurgia para evitar complicações.

Outras perguntas frequentes

Como é a alimentação após a cirurgia de vesícula?

Depois do procedimento, o organismo precisa “aprender” a viver sem a vesícula. Portanto, é importante evitar frituras, doces, massas, pães e outras fontes de carboidratos simples.

É preciso fazer algum acompanhamento? 

A resposta é sim: o paciente deve voltar ao médico para fazer a avaliação da ferida operatória para verificar sinais de infecção e acompanhar a adaptação do organismo sem o órgão. Em geral, são duas avaliações de retorno: a primeira consulta uma semana após o procedimento cirúrgico e a segunda antes de completar 30 dias de cirurgia.

A cirurgia de vesícula é coberta pelo SUS?

Ambos os métodos têm cobertura pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ou seja, são gratuitos por esse sistema.

A cirurgia oferece algum risco?

Assim como todos os procedimentos médicos, a cirurgia para a retirada da vesícula apresenta alguns riscos, mesmo que mínimos. Todavia, o risco geralmente é em pacientes com comorbidades como doenças cardíacas ou renais graves. Alguns desses riscos são: lesão do ducto biliar, hemorragia e infecção, que pode ocorrer em qualquer intervenção cirúrgica.

Há contraindicações para a cirurgia de vesícula? 

De acordo com os médicos, há alguns casos em que a cirurgia para a retirada da vesícula não é indicada. São eles:

  • Idade muito avançada.
  • Doenças cardíacas, pulmonares e renais.
  • Alteração de coagulação sanguínea (risco de AVC).

Quando existe contraindicação, os pacientes fazem tratamento com medicamentos para amenizar a dor e o desconforto causado pela alteração ou pedra na vesícula.

Fontes: Felipe Borges, gastroenterologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Thaís Gomes Marquês – Cirurgiã Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Japonês Santa Cruz.

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