Casos de dengue crescem 184,6% em 2022, aponta Ministério da Saúde

Saúde
01 de Novembro, 2022
Casos de dengue crescem 184,6% em 2022, aponta Ministério da Saúde

Os casos de dengue crescem 184,6% no Brasil em 2022. O aumento representa os números de casos que aconteceram entre janeiro e o início do mês de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados mais recentes do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Foram registrados mais de 1,3 milhão de casos prováveis da doença até o dia 8 de outubro. Tal resultado significa uma incidência de 638,5 casos por 100 mil habitantes. No ano passado foram 478,5 mil casos. Até agora foram registradas 909 mortes pela doença.

O boletim também relata aumento nos casos de chikungunya (86,9%) e de zika (92,6%) no período analisado. No caso da chikungunya, são 168.908 casos prováveis (incidência de 79,2 por 100 mil habitantes), com 76 mortes, e de zika são 10.501 casos prováveis (sendo 143 deles em gestantes), sem nenhuma morte.

Casos de dengue crescem

Com a chegada da primavera e do período chuvoso, é preciso, sobretudo, reforçar as medidas de prevenção conter o avanço das doenças. As três têm o mesmo agente transmissor, que é o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. O acúmulo de água parada favorece a reprodução e contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para a maior disseminação.

As três doenças apresentam sintomas similares, por exemplo febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo. Além disos, algumas pessoas podem ficar assintomáticas e outras apresentarem sintomas mais graves, como hemorragia. Por isso é importante consultar um médico em caso de sinais das doenças.

Leia também: Casos de dengue crescem em 2022: por que esse surto está acontecendo?

Impacto da pandemia

Segundo o médico infectologista Fernando Gatti de Menezes, coordenador de práticas médicas do Hospital Israelita Albert Einstein, o comportamento das arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos) no Brasil ao longo dos anos é compatível com surtos nos períodos de maior densidade pluviométrica. Dessa forma, o período de chuvas está relacionado com o aumento dos criadouros dos mosquitos (que são os vetores das arboviroses).

De acordo com Menezes, a curva de incidência de casos registrados em 2022 está semelhante com a curva de 2019. Assim, o aumento de registros em comparação com o ano de 2021 poderia em parte ser explicado pelos impactos da pandemia de Covid-19.

“Podemos elencar algumas hipóteses, por exemplo a subnotificação de casos nos anos de 2020 e 2021 por causa da emergência de saúde pública causada pela Covid-19; uma mudança de comportamento com a menor circulação de pessoas nesse período e o aumento de atividades home-office, com maior conscientização das medidas de prevenção no domicílio que podem ter influenciado menor incidência de criadouros de mosquitos”, avalia o infectologista.

Campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti

Diante do cenário de aumento das arboviroses, o Ministério da Saúde lançou no último dia 20 a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti. Com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”, a mobilização tem o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos do inseto e a importância de combate aos criadouros do mosquito. No lançamento da campanha, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, reforçou que o problema existe há mais de 30 anos. Como não ainda há vacinas nem tratamentos específicos, a principal medida é combater a proliferação do mosquito.

Menezes ressalta que os números servem de alerta para reforçarmos as medidas de prevenção individuais, especialmente dentro de casa. Isso porque a transmissão das três doenças ocorre pela presença do mosquito que pode-se evitar com medidas simples.

“Devemos sempre combater os criadouros de mosquitos em vasos de plantas, cobrir nossas caixas d’águas, usar inseticidas, repelentes para o corpo e evitar a exposição aos mosquitos”, destacou Menezes.

“Além disso, é muito importante permitir a visita de agentes de saúde nos domicílios durante campanhas de prevenção para nos ajudar neste combate. Além disso, é importante colaborar com a vigilância sanitária local com informações sobre novos casos na sua região”, finalizou o médico.

Fonte: Agência Einstein

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