Câncer no cérebro: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Saúde
23 de Maio, 2022
Câncer no cérebro: conheça as causas, sintomas e tratamentos

O câncer no cérebro é o décimo tipo de câncer mais frequente em mulheres brasileiras e o décimo primeiro nos homens. O cérebro contém diferentes tipos de célula e tecido e, portanto, diferentes tipos de tumor surgem nessas células, com tratamentos e prognósticos diversos. Se nas outras partes do corpo é importante saber se um tumor é benigno ou maligno, no cérebro isso não ocorre, porque essas áreas são tão importantes que mesmo um tumor benigno pode causar danos graves. 

As principais áreas do cérebro incluem os hemisférios cerebrais, os gânglios basais, o cerebelo e tronco cerebral. Cada uma dessas partes tem uma função específica. Por isso, tumores do cérebro afetam diferentes funções e causam sintomas diversos. Entenda a importância do diagnóstico precoce e como funciona o tratamento.

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O que é o câncer no cérebro?

O cérebro e a medula espinhal formam o Sistema Nervoso Central (SNC). Os tumores do SNC devem-se ao crescimento de células anormais nos tecidos dessas localizações. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, tumores malignos do SNC representam de 1,4 a 1,8% de todos os casos no mundo. Cerca de 88% dos tumores de SNC são no cérebro.

O câncer de cérebro pode ser primário ou secundário: quando o câncer é originado das células do cérebro, é primário; quando se origina de células tumorais de outro órgão – comumente, mama, rim ou pulmão – e acontecem as chamadas metástases cerebrais, ele é secundário, que é o tipo mais frequente.

Causas e fatores de risco

As causas de tumores do SNC ainda são alvo de muitos estudos. Segundo especialistas, a doença é multifatorial, ou seja, ela é causada pelo somatório de várias alterações genéticas. Algumas dessas alterações são adquiridas durante a vida, por predisposição ou por exposição, mas outras são hereditárias e estão presentes em algumas síndromes familiares associadas com tumores do SNC, como a neurofibromatose

Os principais fatores de riscos incluem síndromes genéticas, como:

  • Exposição do cérebro à radiação, geralmente por causa de tratamento de outro câncer
  • Histórico familiar de doenças como: neurofibromatose tipo 1 e tipo 2, esclerose tuberosa, doença de von Hippel-Lindau e Síndrome de Li-Fraumeni.

Sintomas do câncer no cérebro

Os sintomas de câncer de cérebro variam de pessoa para pessoa e dependem da área do cérebro afetada. Assim, o câncer pode invadir e destruir o tecido cerebral, pressionar os tecidos vizinhos, aumentar a pressão intracraniana, fazer com que fluidos se acumulem no interior do cérebro, impedir a circulação normal do líquido cefalorraquiano e provocar sangramentos. Os sintomas podem incluir:

  • Dores de cabeça: geralmente é o primeiro sintoma e se torna mais frequente à medida que o tempo passa. Podem não melhorar com remédios comuns para dor de cabeça e serem acompanhadas por náuseas e vômitos. Elas podem piorar quando o paciente se deita ou abaixa a cabeça.
  • Convulsões: as convulsões assumem diferentes formas como apresentar dormência, formigamento, movimentos descontrolados dos braços e das pernas, dificuldades na fala, sentir cheiros estranhos ou ter sensações estranhas, episódios de inconsciência e convulsões.
  • Mudanças nas funções cognitivas, no humor ou na personalidade: o paciente pode ficar retraído, temperamental ou ineficiente no trabalho, sentir-se tonto, confuso ou incapaz de pensar. Depressão e ansiedade, especialmente se aparecem repentinamente, também podem ser sinais de tumor cerebral. O paciente também pode se tornar desinibido ou agir de forma completamente diferente da que lhe era habitual.
  • Mudanças na fala: como dificuldade para encontrar palavras, falar de forma incoerente, incapacidade de se expressar ou de compreender a linguagem.
  • Alteração nas capacidades auditiva e olfativa ou na visão, incluindo visão dupla ou embaçada.
  • Perda do equilíbrio ou da coordenação
  • Mudança na capacidade de sentir: calor, frio, pressão, um toque leve ou algo afiado.
  • Alterações no pulso ou frequência respiratória: se o tumor pressionar o tronco cerebral.

Riscos

Em adultos, a maioria dos tumores do cérebro é resultado de metástase, isto é, câncer de outros órgãos que se disseminou e atingiu o cérebro. Ao contrário de outros tipos de câncer, tumores primários do cérebro ou da medula espinhal dificilmente se espalham para órgãos distantes. No entanto, causam danos sérios porque se disseminam localmente e destroem tecido cerebral saudável onde aparecem. 

Diagnóstico

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. Dessa forma, ela pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Os exames de imagem com tomografia computadorizada e ressonância magnética com contraste são os principais na investigação de doenças do Sistema Nervoso Central. Alguns tumores possuem investigação diagnóstica com exames de laboratório, campimetria, audiometria, bem como consultas e exames realizados por várias especialidades médicas diferentes.

Tratamento do câncer no cérebro

O tratamento principal do câncer de cérebro é a cirurgia. Durante a operação, o neurocirurgião precisa retirar o máximo possível da lesão tumoral evitando sequelas. A partir daí, o tratamento geralmente envolve o oncologista clínico, com o planejamento da quimioterapia, e o radioterapeuta, com as sessões de radioterapia. Todo o seguimento e acompanhamento serão feitos em conjunto pelo neurocirurgião, pelo oncologista clínico e pelo radioterapeuta.

Por fim, vale lembrar que os tumores do Sistema Nervoso Central têm tratamento complexo. Por isso, outros profissionais de saúde também podem ser necessários, como fisioterapeuta, enfermeiro, fonoaudiólogo e nutricionista.

Leia mais: Sangramento cerebral: afinal, quais são as causas e sintomas?

Referências
A.C.Camargo Cancer Center
Instituto Nacional do Câncer

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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