Câncer de mama e prótese de silicone: agência americana aponta riscos

Saúde
09 de Setembro, 2022
Câncer de mama e prótese de silicone: agência americana aponta riscos

A Food and Drug Administration (FDA) fez um alerta recente sobre a relação entre câncer de mama e prótese de silicone. De acordo com a agência americana, qualquer tipo de prótese de silicone pode contribuir para o desenvolvimento de células malignas. Apesar dos casos serem raros, a entidade acredita que é necessário reforçar os riscos às mulheres que possuem ou pretendem colocar silicone. Dos tipos de câncer identificados, a FDA mencionou a presença de carcinoma de células escamosas (CEC) e linfoma no tecido que se forma ao redor dos implantes de silicone. “Após revisão preliminar da literatura como parte de nosso monitoramento da segurança dos implantes mamários, estamos cientes de menos de 20 casos de CEC e menos de 30 casos de vários linfomas na cápsula ao redor do implante mamário”, informou a agência em comunicado oficial.

No documento, a FDA comenta que a relação entre câncer de mama e prótese de silicone pode envolver qualquer marca e tipo de implante. “Em alguns casos, as pessoas foram diagnosticadas após anos de implantes mamários. Alguns dos sinais e sintomas incluem inchaço, dor, caroços ou alterações na pele”, reportou o órgão dos EUA.

Veja também: Quando é necessário remover a prótese de silicone?

Câncer de mama e prótese de silicone: devo me preocupar se tenho implantes?

Como descrito no próprio material da FDA, a incidência de câncer de mama relacionada ao implante de mamas é raro. No entanto, muitas mulheres já relataram e apresentaram problemas de saúde por causa das próteses de silicone. Uma delas é a síndrome ASIA — Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants — ou alteração autoimune induzida por adjuvantes, em português.

Em outras palavras, hormônios, alumínio, mercúrio e titânio são alguns dos componentes que podem provocar reação imunológica. Mas, apesar de raro, o silicone também está na lista dessas “substâncias problemáticas”.

Em contato com o componente, a pessoa teria manifestações semelhantes a de algumas enfermidades reumáticas. Por exemplo, fadiga crônica, boca e olhos secos, dores articulares e musculares, e alguns problemas neurológicos. Outro risco da prótese de silicone é o da rejeição: por ser um corpo estranho, o organismo pode “lutar” contra o invasor e criar uma resposta inflamatória agressiva. Como resultado, a mulher pode ter infecções locais, contratura e encapsulamento da prótese e outros problemas.

ASIA e doença do silicone são a mesma coisa?

Embora a síndrome ASIA seja comumente associada à doença de silicone, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica esclarece que são situações diferentes. Contudo, a doença do silicone não é uma doença de fato, mas uma condição para descrever possíveis efeitos colaterais em pessoas com próteses de silicone.

A princípio, o diagnóstico deve ser feito pelo cirurgião plástico ou mastologista por meio de avaliação clínica, pois ainda não há exames específicos para comprovar a origem do incômodo.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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