Bursite no ombro: conheça os sintomas e saiba como evitar

Saúde
24 de Agosto, 2022
Bursite no ombro: conheça os sintomas e saiba como evitar

Um dos motivos que mais levam pacientes a procurarem o ortopedista é a dor no ombro. De acordo com o estudo da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), as dores nessa parte do corpo só são superadas por problemas na região lombar e joelhos. A bursite no ombro está entre as principais causas de dor nesse local. Para entender melhor o assunto, as principais causas e tratamentos, conversamos com alguns especialistas. Confira.

O que é a bursite no ombro?

A doença é caracterizada por uma inflamação das bursas, que são bolsas compostas por líquidos localizados nas articulações dos ombros. A função das bursas é, principalmente, diminuir os atritos entre os tendões e os músculos, mas, quando inflamada, pode causar dor e prejudicar a qualidade de vida. A bursite é mais comum nos ombros, cotovelos e quadril, mas pode aparecer em outras partes do corpo.

Principais causas

Diversos fatores podem levar a bursite, mas os principais são movimentos repetitivos e inflamação dos tendões. “Os movimentos repetitivos podem deixar a bursa inflamada. Por isso, o corpo passa a produzir mais líquido sinovial, menos viscoso, e a bolsinha aumenta de tamanho, causando inchaço, dor e, em alguns casos, vermelhidão”, conta Layron Alves, ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo. Outras causas de bursite são:

  • Rompimento de tendões
  • Processos degenerativos, como a osteoartrite
  • Doença autoimune, como a artrite reumatoide
  • Infecção
  • Traumas no local

Além disso, outra possível causa é a tendinite calcária. “Essa é uma inflamação no tendão, que se incita com um depósito de cálcio dentro de suas fibras, podendo atingir a bursa. A instalação do cálcio, com o tempo, pode enrijecer a região e limitar os movimentos, principalmente, dos ombros e quadril”, explica o ortopedista.

Leia mais: Afinal, o que é tendinite?

Fatores de risco

Pessoas de todas as idades podem desenvolver a doença, mas, em geral, se torna mais comum em idosos e em pessoas que trabalham ou que têm um hobby com movimentos repetitivos, como pintores e tenistas, por exemplo. Além disso, pacientes com artrite reumatoide e gota têm mais chances de desenvolver a bursite.

Principais sintomas da bursite no ombro

Os principais sintomas de bursite no ombro são bem parecidos com o de qualquer processo inflamatório:

  • Dor (agravada no movimento)
  • Calor no local
  • Inchaço
  • Movimento limitado com dificuldade para realizar atividades simples como se vestir ou levantar o braço

Além disso, em muitos casos, a dor pode piorar durante a noite.

Como é feito o diagnóstico

O ortopedista destaca que o diagnóstico é clínico, avaliando e examinando o paciente, além disso exames de imagem são solicitados. “Geralmente, solicitamos ultrassonografia ou ressonância magnética. Nesses exames, normalmente aparece o acúmulo de líquido na região da bursa, o que sugere o processo inflamatório”, explica.

Principais tratamentos

De acordo com o médico, o tratamento foca na doença de base, na causa da bursite. “Se for uma tendinopatia (tendinite), quando tratada a bursite acaba por se resolver.” Mas, em geral, o tratamento da bursite no ombro inclui:

  • Fisioterapia
  • Repouso
  • Aplicação de gelo no local
  • Mudanças no estilo de vida
  • Fortalecimento muscular
  • Cirurgia, mas em casos específicos
  • Medicamentos para alívio da dor, como anti-inflamatórios
  • Punção no local

Cirurgia

A cirurgia é uma opção de tratamento, contudo Layron destaca que os casos cirúrgicos são bem específicos e, geralmente, são bursites acompanhadas de uma lesão nos tendões. “Nesses casos, a cirurgia é necessária para corrigir a base do problema, que é, na maioria dos casos cirúrgicos, a ruptura do tendão.”

Dicas para evitar a bursite no ombro

“Alerto sempre para quem teve o diagnóstico da inflamação, que deve buscar maneiras de prevenir ou corrigir os fatores desencadeadores. Assim, uma ótima saída é o fortalecimento muscular”, explica o fisioterapeuta Bernardo Sampaio.

A melhor prevenção é a mudança nos hábitos de vida: alimentação saudável, prática de atividade física, mas também dormir bem estão nas principais recomendações dos especialistas para evitar a inflamação.

Além disso, o fisioterapeuta dá algumas dicas:

  • Dobre os joelhos ao levantar
  • Evite movimentar cargas pesadas para não causar tensão nos ombros
  • Faça pausas frequentes e alterne tarefas repetitivas
  • Controle seu peso corporal
  • Por fim, fortaleça seus músculos com exercícios físicos

Fontes: Layron Alves é ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC) e Bernardo Sampaio, fisioterapeuta pela PUC-Campinas, diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos.

Referências: SBED, SBR  e Manual MSD.

Sobre o autor

Beatriz Libonati
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em diabetes e obesidade.

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