Blefaroespasmo: entenda a condição que causa tremores nas pálpebras
Sabe aquela sensação de que a pálpebra do olho está se movendo involuntariamente? Trata-se de uma condição chamada blefaroespasmo, que atinge, sobretudo, as mulheres.
De acordo com a Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista, o blefaroespasmo é caracterizado pela contração dos músculos orbiculares do olho que causa o fechamento das pálpebras por movimentos involuntários, ou seja, a pessoa fica piscando constantemente, mesmo sem querer. Entenda melhor a condição.
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Causas do blefaroespasmo
Segundo o Jornal da USP, o blefaroespasmo é um transtorno de causa neurológica, que costuma surgir após os 40 anos e afeta uma a duas pessoas a cada 100 mil, principalmente as mulheres. A principal causa do blefaroespasmo é idiopática, ou seja, sem causa aparente. Raramente, pode estar associado ao uso de medicamentos do grupo dos antipsicóticos utilizados no tratamento de doenças psiquiátricas.
Por estar associado com alterações neurológicas, os fatores de risco incluem estresse, fadiga ou cansaço, luzes brilhantes e relações interpessoais.
Já o blefaroespasmo secundário deriva de outro problema de saúde, seja uma patologia ocular ou neurológica. As mais comuns são blefarite, triquíase (cílios voltados para dentro dos olhos), síndrome do olho seco, doença corneana externa, glaucoma e uveíte.
Sintomas
Os sintomas do blefaroespasmo incluem fotofobia, que é aversão à luz, lacrimejamento e sensação de areia ou de olho seco. Além disso, a contração involuntária das pálpebras pode deixar a vista mais irritada, ressecada e até prejudicar a produção lacrimal. Qualquer um desses sintomas já são indicação para a procura de um oftalmologista. Isso porque, se não tratado, o blefaroespasmo pode evoluir para casos mais graves. Como consequência, pode levar a uma perda de visão funcional, depressão e isolamento social.
Além disso, o portador desse transtorno poderá ter dificuldade para realizar atividades diárias que dependem da visão, como ler, assistir à televisão e dirigir.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do blefaroespasmo não é fácil, já que pode ser confundido com problemas oftalmológicos que afetam a córnea. Dessa forma, ocorre por meio de um exame clínico, além de testes oftalmológicos cuidadosos para afastar outras causas.
O tratamento inclui um procedimento cirúrgico chamado miectomia, ou seja, a retirada de uma parte do músculo que está em contração. Além disso, injeções de alguns medicamentos são capazes de diminuir o espasmo da musculatura, como os benzodiazepínicos, conhecidos como calmantes, e toxina botulínica, que bloqueia a ação do músculo e é muito utilizada com resultados excelentes no tratamento do blefaroespasmo.
Por fim, o prognóstico do blefaroespasmo é favorável na maioria dos casos. E embora não seja possível prevenir a condição, já que sua principal causa não é conhecida, é possível evitar os fatores de risco, como estresse e fadiga.
Fonte: Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista clínica e cirúrgica. CRFM 91006
Referências: Jornal da USP