Biópsia: entenda o que é e como é feito o exame

Saúde
25 de Agosto, 2022
Biópsia: entenda o que é e como é feito o exame

A biópsia é um exame no qual é retirado um tipo de amostra de um tecido ou órgão do corpo para identificar o diagnóstico de alguma doença ou condição de saúde. Ao contrário do que muitos imaginam, ela não é feita apenas para investigar o câncer. Muitas outras patologias podem ser detectadas através desse exame. 

“A biópsia é indicada sempre que há necessidade de confirmação ou descarte de uma suspeita diagnóstica. Pode ser usado, por exemplo, para diversas doenças como lesões de pele, fígado, etc”, afirma o Dr. José Guilherme Vartanian, médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital A.C. Camargo Câncer Center. 

Assim, diferentes tipos de tecidos podem ser analisados por meio do exame biópsia, tais como: pele, pulmão, músculo, osso, rins, entre outros. Mas é importante ressaltar que não é somente a biópsia que determina o prognóstico do câncer. É necessário um conjunto de exames para fechar um diagnóstico preciso. 

Leia também: Reserva ovariana: Como investigar e quais são os exames indicados

Como é feita a biópsia?

De acordo com o médico José Guilherme Vartanian, a biópsia pode ser realizada de diferentes maneiras:

  • Através de punções (agulhas finas ou grossas), geralmente guiadas por algum exame de imagem (ultrassonografia ou tomografia computadorizada) ou por visão direta;
  • Com um procedimento cirúrgico, onde se retira um fragmento (“pedaço”) ou eventualmente toda a lesão/área suspeita;
  • E atualmente, em algumas situações bem específicas, através de exame de sangue (conhecida como biópsia líquida). 

Em todos os casos, praticamente, os procedimentos de biópsia podem ser feitos com anestesia local ou com anestesia geral.

“A escolha entre os diferentes métodos será baseada no órgão/tecido acometido e na experiência da equipe médica envolvida”, esclarece o especialista.

Como é a análise da biópsia?

As amostras de tecidos são retiradas e enviadas para os médicos patologistas avaliarem e definirem o diagnóstico preciso. 

Os patologistas analisam se as amostras apresentam características próprias, especialmente de alguma doença específica, através do preparo do material em lâminas e submetidas a um processo de coloração convencional. Em algumas situações, é necessário complementar o exame convencional com técnicas mais específicas, como a imunoistoquímica ou testes moleculares.

Na imunoistoquímica, por exemplo, as amostras são analisadas por meio de anticorpos marcados com substâncias fluorescentes. Se o tumor contiver essa substância, o anticorpo se liga às células. Em seguida, produtos químicos são adicionados de modo que as células, em conjunto com os anticorpos, alteram de cor.

Dessa maneira, o procedimento de coleta da amostra através da biópsia costuma ser rápido, geralmente o exame é realizado em alguns minutos. Contudo, o resultado do diagnóstico definitivo pode demorar alguns dias ou até poucas semanas, dependendo da necessidade de se realizar outras técnicas complementares. 

É doloroso?

Geralmente os procedimentos de biópsia são realizados sob algum tipo de anestesia (local ou geral), não causando dor aos pacientes. “Um pequeno desconforto local pode ocorrer após o procedimento, o qual pode ser controlado com analgésicos comuns”, garante o Dr. Vartanian.

Segundo o médico, a anestesia geral só é recomendada quando a coleta do material é feita através de uma cirurgia. “Em geral, a retirada da amostra é simples, realizada dentro do consultório médico”, explica.  

Biópsia x tumor maligno 

É fato que o diagnóstico de um tumor maligno sempre é definido por uma biópsia. Em casos de biópsias negativas para malignidade, mas com lesões muito suspeitas, sempre é recomendado repetir o procedimento desse exame, para afastar a possibilidade de uma primeira amostragem não ter sido satisfatória. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de exames complementares para definir o diagnóstico com precisão, como, por exemplo, nos linfomas, os quais apresentam diversos subtipos.

Fonte: Dr. José Guilherme Vartanian, médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital A.C. Camargo Câncer Center.

Referências: Sociedade Brasileira de Patologia; Oncoguia.org.

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