Bebê sentado: entenda como a posição do seu filho influencia o nascimento
No último mês de gestação, o bebê pode chegar a qualquer momento, já que a maioria das mães entra em trabalho de parto entre 38 e 42 semanas. Nessa fase de muita expectativa e ansiedade, algo pode gerar preocupação às futuras mães que desejam ter parto normal – o bebê sentado.
Também chamado de bebê pélvico, essa situação acontece quando o bebê “não está encaixado”, ou seja, a criança não está posicionada de cabeça para baixo. Assim, o bebê permanece com as pernas e o quadril em direção ao canal vaginal, em vez de estar com a cabeça voltada para baixo. A posição impede o parto normal, já que a criança pode ficar presa ou ter o cordão umbilical torcido.
Esse é o caso da jornalista Gabriela Prioli. A apresentadora divulgou recentemente o seu relato de parto e comentou que a criança manteve a posição sentada durante toda a gestação, o que inviabilizou os planos da apresentadora de ter parto normal. Anteriormente, Prioli já havia revelado que tem síndrome vasovagal, condição que provoca desmaio súbito e, no caso dela é causada pelo medo de agulhas. Portanto, a anestesia raquidiana (“rack”), utilizada no parto cesariana, com uma agulha de 17 cm seria um tanto quanto indesejável para a apresentadora.
Afinal, de que forma a posição do bebê interfere no parto? Continue lendo e entenda.
Veja também: Síndrome vasovagal: saiba mais sobre a condição de Gabriela Prioli
Bebê sentado
Um estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos apontou que entre 96% e 97% dos bebês ficam de cabeça para baixo – ou seja, posição cefálica – até o parto. Porém, de 3% a 4% permanecem sentados – posição pélvica – ou até deitados, o que é uma condição ainda mais rara.
A condição contraria um acontecimento comum para os bebês que ainda estão dentro da barriga da mãe. Durante boa parte da gestação, a posição do bebê tende a ser pélvica, ou seja cabeça para cima, e isso é totalmente normal. No entanto, ao final da gestação, a tendência é que a criança dê uma cambalhota e vire a posição, tornando-a cefálica, ou seja, de cabeça para baixo em direção ao canal vaginal.
Nesse sentido, o bebê fica na posição pélvica por alguns motivos. O primeiro deles é o conforto da posição. Além disso, outras condições podem afetar e restringir o movimento de cambalhota, por exemplo: cordão umbilical curto, excesso de líquido amniótico ou até mesmo malformações fetais e uterinas. Porém, isso não significa necessariamente um problema na saúde da mãe ou do bebê.
Afinal, como saber se o bebê encaixou?
A principal forma de saber se o bebê está encaixado corretamente é com o exame de toque com um médico obstetra. O ultrassom também ajuda a entender como o bebê está posicionado na barriga da mãe. Dessa forma, isso pode ser acompanhado durante toda a gestação, a cada consulta pré-natal.
Além disso, outros sinais podem indicar que o bebê finalmente encaixou, são eles:
- Melhor fluxo de respiração da mãe;
- Desconfortos para a locomoção;
- Dificuldade de segurar a urina;
- Sensação de pressão na região pélvica;
- Barriga visivelmente mais baixa.
Para entender melhor as posições do bebê, veja o quadro abaixo.
Bebê sentado: parto normal x cesárea
A preocupação de muitas mães geralmente está relacionada ao momento do parto e à posição do bebê dentro da barriga, já que quando a criança está em posição pélvica, o parto normal não é recomendado. Nesse caso, existe a possibilidade de o bebê ficar preso no canal vaginal ou até mesmo romper/torcer o cordão umbilical, condição que é grave, pois pode interromper o fornecimento de oxigênio e aumentar os riscos de danos cerebrais.
Portanto, caso o bebê não tenha se virado para a posição cefálica até o momento do parto, é necessário optar pela cesárea, que nesse sentido, oferece mais segurança para a criança.
Bebê sentado: afinal, como fazer o bebê encaixar?
Por sorte, existem alternativas para as mães antes da cesárea. Exercícios físicos e certas manobras podem dar uma “forcinha” para que o bebê sentado finalmente dê a cambalhota. Conheça a seguir quais são as formas de fazer o bebê encaixar:
Spinning Babies
É uma sequência de exercícios para as gestantes baseada em equilíbrio, gravidade e movimento. A técnica serve para auxiliar a criança e na liberação da pelve. Dessa forma, o Spinning Babies permite que o bebê realize os mecanismos de flexão e rotação adequados, e assim, finalmente entrar na bacia materna.
Moxabustão
Basicamente consiste em uma técnica de acupuntura que utiliza ervas para apoiar o bebê no movimento de rotação. Assim, ao realizar o procedimento, a gestante recebe um bastão quente com plantas próximo aos dedos do pé. Dessa forma, o calor do bastão chega até o útero e deixa o bebê mais propenso ao movimento esperado. Isso acontece porque os dedos dos pés são associados ao útero. Assim, o procedimento só pode ser realizado com ajuda de um profissional.
Técnica: versão cefálica externa (VCE)
Técnica realizada em ambiente hospitalar na qual o médico manipula a barriga da mãe para motivar o feto a se movimentar e encontrar a posição cefálica. A VCE entra apenas se nenhuma das opções anteriores atingirem êxito, já que apresenta alguns leves riscos, como compressão do cordão umbilical e descolamento de placenta.
Por fim, outros exercícios, como yoga e agachamentos, podem ajudar a reposicionar o bebê sentado.
Referência: Manual MSD – Posição e apresentação anormais do feto; Instituto Nascer.