Automedicação: conheça os riscos para a sua saúde
Pelo menos uma vez na vida, todo mundo já fez automedicação, ou seja, tomou algum medicamento sem prescrição médica para aliviar uma dor de cabeça, uma dorzinha nas costas… Afinal, basta pisar em uma farmácia para ter acesso a diversos medicamentos sem a necessidade de uma receita médica.
Embora a automedicação seja comum na vida de muitas pessoas, torná-la um hábito pode trazer muitas consequências para a saúde. Segundo pesquisa da Pfizer, aproximadamente 35% dos remédios obtidos em farmácias são para pessoas que praticam a automedicação. Então, se você faz parte desse time, saiba por que precisa rever sua conduta.
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Os riscos da automedicação
Pode agravar doença ou criar um novo problema de saúde
A principal causa da automedicação é aliviar algum tipo de sintoma que a pessoa julga inofensivo, como uma dor de estômago. A falta de um sistema de saúde eficiente aliada à facilidade de conseguir medicamentos sem receita incentivam ainda mais esse hábito.
Porém, qualquer dor ou desconforto é um sinal que o corpo nos dá para algo que não vai bem, principalmente se for recorrente. Ao tomar um remédio sem prescrição e por repetidas vezes, isso pode “esconder” os sintomas de uma doença ou, ainda, sobrecarregar seus órgãos e causar um novo problema de saúde.
Todo medicamento é um tipo de droga
Qualquer remédio tem substâncias que causam algum tipo de reação química no corpo. Por isso, todo medicamento tem potencial para dar início a um vício. Um simples medicamento antitérmico ou anti-inflamatório, por exemplo, podem desencadear esse inconveniente. O consumo desenfreado de medicamentos pode ainda causar a hipocondria, condição em que a pessoa acredita que está sempre doente.
Automedicação causa reações adversas
Talvez este seja o grande perigo a curto prazo. Muitas pessoas sequer sabem que possuem alergia a algum tipo de medicamento e podem ter sérios problemas com a automedicação. Ingerir um remédio sem a dosagem adequada também pode provocar intoxicações (superdosagem) ou agravar a doença se ingerido uma subdosagem, além de outros tipos de mal-estar que poderiam ser evitados com orientação médica.
O corpo torna-se resistente à medicação
Tomar o medicamento em altas quantidades e por muito tempo, sem a indicação correta, pode promover a resistência do organismo à substância. É como se o corpo “se acostumasse” com a dosagem que recebe todos os dias ou sempre que surge o sintoma. Dessa forma, quando a causa é finalmente diagnosticada por um médico, podem existir dificuldades para encontrar o tratamento adequado, como em resistências a antibióticos e analgésicos.
Médicos desaconselham automedicação
Por fim, o arsenal de medicamentos para qualquer tipo de sintoma é desaconselhado por médicos e há muitas razões para tal:
- Acúmulo de medicamentos sem necessidade, que trazem o risco de consumo após o vencimento.
- Armazenamento incorreto pode causar ineficácia do medicamento e os perigos já mencionados, como intoxicação medicamentosa.
- Crianças correm o risco de ingerir os medicamentos acidentalmente.
- Possibilidade de trocar a medicação e ingerir o remédio errado.
O que fazer se eu sentir qualquer sintoma?
A automedicação definitivamente não é a melhor alternativa para recuperar o seu bem-estar. Muitas vezes aquela dorzinha de cabeça vai embora sozinha se você beber água ou descansar os olhos longe da tela do computador; ou uma dor nas costas pode ser sinal de postura inadequada durante o trabalho. Fique de olho na duração e repetição dos sintomas, as dores persistentes são sinais que exigem avaliação profissional. Por isso, não hesite em procurar um médico.
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Fonte: Felipe Borges, médico cirurgião do aparelho digestivo com ênfase em fígado. Atua na Clínica Gastrofig, em São Paulo (SP).