Arterite de Takayasu: o que é, causas, sintomas e tratamento
De origem ainda desconhecida, a arterite de Takayasu é uma enfermidade que provoca a inflamação da aorta, ramificações e artérias dos pulmões. Por isso, a doença, também chamada AT, é classificada como um tipo de vasculite.
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Causas e fatores de risco
Embora não exista uma etiologia — ou seja, uma causa específica para o problema — a arterite de Takayasu afeta majoritariamente o sexo feminino. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), de 80% a 90% dos diagnósticos da doença são de mulheres. A princípio, a AT se manifesta entre os 10 e 40 anos de idade, mas sobretudo quando a mulher está na idade fértil. Além disso, ela é mais comum entre pessoas asiáticas, e possui evolução lenta.
Características da arterite de Takayasu
Rara e crônica, a arterite causa a inflamação e obstrução da aorta e das artérias pulmonares. As mais afetadas pela doença são:
- Artérias renais, inominada e subclávia.
- Aorta (geralmente a aorta ascendente e o arco aórtico).
- Carótidas comuns.
Normalmente, a enfermidade demora de meses a anos para evoluir e gerar complicações. Com o passar do tempo, a parede interna das artérias e aorta engrossam, o que dificulta o fluxo sanguíneo adequado. Como resultado, os portadores da AT podem sofrer aneurismas, estenoses e oclusões (fechamento completo das artérias). Todavia, casos extremos levam à ruptura da artéria, o que causa hemorragia seguida de morte.
Sintomas da AT
Antes de mais nada, é importante conhecer o papel que as artérias desempenham no organismo. Essas estruturas são encarregadas de transportar sangue e oxigênio para o cérebro, braços, pernas e alguns órgãos, como os rins e intestinos. Assim, por ser uma condição lenta e progressiva, isso “dá tempo” para o corpo se adaptar às deficiências causadas pela obstrução.
Dessa forma, o corpo compensa o problema com a produção de novos vasos sanguíneos. Então, quem possui a arterite de Takayasu pode demorar a sentir algum sintoma ou desconhecem que os sinais primários possuem relação com a enfermidade. Por exemplo, no estágio inicial da AT, é comum ter fadiga, febre e perda de peso, que podem ser confundidos com outras condições.
De acordo com o avanço da doença, o indivíduo sente dor nas extremidades (mãos e pés), que indica o comprometimento das artérias e aorta em um ponto que o corpo não consegue mais dar conta. Além disso, o estágio progressivo pode causar:
- Dores nas articulações, músculos e cabeça.
- Agravamento da febre, perda de peso, falta de ar, diarreia e desmaios.
- Piora da capacidade de enxergar.
- Dificuldade em perceber ou monitorar os batimentos por meio do pulso.
- Dor em apenas um lado do pescoço.
- Mãos e pés mais frios do que o habitual.
Diagnóstico
Por ser uma condição etiológica, a investigação precisa de uma série de exames. Veja alguns:
- Proteína C reativa e hemograma completo.
- Arteriorgrafia convencional.
- PET Scan.
- Angiografia por tomografia computadorizada e/ou por ressonância magnética.
- Ultrassom da aorta e das ramificações.
Em conjunto, esses testes ajudam a verificar as obstruções arteriais e da aorta, além de alterações nos exames laboratoriais que podem indicar anemias e níveis anormais no exame de proteína C reativa. Portanto, é fundamental observar os resultados integrados para o diagnóstico correto.
Tratamento da arterite de Takayasu
Feito o diagnóstico, a primeira medida é intervir no processo inflamatório por meio do uso de corticoesteroides. Dependendo do nível de obstrução, o médico pode incluir outros medicamentos associados, como a azatioprina e o metotrexato. Também pode haver a necessidade de consumir anti-hipertensivos, caso o paciente enfrente picos de pressão arterial.
Contudo, caso o tratamento inicial obtenha pouca receptividade, outras alternativas entram na linha de cuidado outros fármacos chamados agentes biológicos. Por fim, o médico pode considerar a intervenção cirúrgica se existir a oclusão de uma ou mais artérias muito importantes, como a cirurgia de revascularização e angioplastia transluminal percutânea. Ambas têm o objetivo de recuperar a capacidade plena do fluxo de sangue e oxigênio, devolvendo a qualidade de vida do indivíduo.
Especialidades envolvidas no tratamento da AT
Geralmente, médicos angiologistas, cirurgiões vasculares e reumatologistas podem identificar e prescrever os tratamentos mais adequados para a AT. Além disso, é desejável ter o acompanhamento de todas essas especialidades para as melhores perspectivas de remissão e controle da enfermidade.
Referências: Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBD); Mayo Clinic; e Cleveland Clinic.