Angiomiolipoma: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais

Saúde
27 de Março, 2023
Angiomiolipoma: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais

O angiomiolipoma é um dos inúmeros tipos de tumor que podem surgir em qualquer parte do corpo. No entanto, ele se desenvolve principalmente nos rins e é mais comum entre as mulheres. A seguir, saiba mais sobre a condição e como funciona o tratamento.

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Do que é feito o angiomiolipoma?

Esta é uma pergunta muito frequente, que surge no consultório. Antes de mais nada, o tumor é de natureza benigna — ou seja, não apresenta riscos à saúde. Sua composição é de células de músculo liso, tecido adiposo e vasos sanguíneos.

Na maioria dos casos, o angiomiolipoma se instala nos rins, mas pode aparecer no fígado, ovário e trompas, por exemplo.

Causas do angiomiolipoma

“Normalmente, o tumor é um achado ocasional, diagnosticado quando a pessoa faz um exame de imagem dos rins por outra razão. Na maior parte dos quadros, eles se manifestam sem explicação, mas têm bom prognóstico”, explica João Egídio, médico chefe da equipe de Nefrologia e Transplantes da BP – A Beneficência Portuguesa.

Todavia, alguns fatores podem colaborar para o desenvolvimento da enfermidade. Por exemplo, idade e gênero — de acordo com o especialista, a incidência é maior em mulheres a partir de 40 anos.

Além disso, a causa primária pode ser uma mutação genética que resulta em um crescimento anormal das células. “Em contrapartida, em raros casos, mais graves, o angiomiolipoma ocorre em pacientes com esclerose tuberosa. Essa doença genética afeta cérebro, coração, olhos, pele e pulmões”, complementa o médico da BP.

Alguns estudos também sugerem que o uso prolongado de contraceptivos orais pode aumentar o risco de desenvolver angiomiolipoma renal, embora não haja um consenso a respeito.

Quais são os sintomas?

Muitas vezes o angiomiolipoma não apresenta sintomas. Segundo João Egídio, a descoberta se dá por exames para investigar outros problemas. No entanto, em alguns casos, os sintomas podem incluir:

  • Dor abdominal ou na região lombar.
  • Massa palpável na região abdominal.
  • Sangue na urina.
  • Pressão arterial alta.
  • Palpitações e anemia.
  • Dor ou desconforto no flanco.

Se houver sangramento do angiomiolipoma, a pessoa ainda pode ter abdominal aguda, hipotensão e choque. Além disso, em raras exceções, o tumor pode crescer a ponto de comprimir os órgãos ao redor ou causar obstrução do trato urinário. Como resultado, o indivíduo apresenta  dor, náusea e até vômitos.

Diagnóstico e tratamento

De acordo com João Egídio, o diagnóstico acontece “por acaso”. “Geralmente a pessoa fez um exame de imagem renal, como um ultrassom, e foi detectado um possível angiomiolipoma renal. A certeza do diagnóstico é feita com uma tomografia computadorizada ou uma ressonância dos rins”, esclarece.

Ao se deparar com a identificação do tumor, os pacientes se preocupam com a gravidade e o tipo de tratamento. Felizmente, o médico tranquiliza e afirma que não há necessidade de tomar medidas contra o angiomiolipoma. “Tumores maiores podem ocasionar dor na lateral da barriga, risco de sangrar e uma emergência por sangramento intenso. Somente nesses casos que indicamos a cirurgia”, comenta.

Por fim, o médico alega que o tumor não compromete a função dos rins. Apesar disso, é importante manter o acompanhamento médico periódico.

Dá para prevenir o angiomiolipoma?

Atualmente, não existe uma forma específica de prevenção contra o tumor. Afinal, as causas ainda não são muito claras para a ciência.

Em contrapartida, é válido ficar de olho nos fatores de risco para o angiomiolipoma, como o histórico familiar da síndrome de Esclerose Tuberosa ou se você já teve um angiomiolipoma no passado.

Portanto, discuta com seu médico sobre a possibilidade de exames de imagem regulares para detectar precocemente qualquer crescimento ou mudança no tumor.

No geral, manter hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, exercícios regulares e abstenção de fumo, podem ajudar a manter a saúde em geral e reduzir o risco de outras condições médicas.

 

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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