Anemia perniciosa: entenda a doença causada por deficiência de vitamina B12
As anemias geralmente são causadas pela deficiência de nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas. Embora a anemia causada por deficiência de ferro (ferropriva) seja a mais comum – cerca de 90% dos casos -, outros tipos também podem ocorrer, como a anemia perniciosa. Entenda melhor quais são as causas, sintomas e tratamentos da doença.
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Afinal, o que é a anemia perniciosa?
De acordo com a Dra. Flávia Cohen, infectologista, trata-se de uma doença autoimune causada pela diminuição dos glóbulos vermelhos quando o corpo não consegue absorver uma quantidade suficiente de vitamina B12. “As causas mais comuns são enfraquecimento do revestimento estomacal ou uma condição autoimune”, explica a médica.
Apesar de uma predisposição familiar, essa não é uma doença puramente genética. Entre as doenças autoimunes que podem contribuir para o problema, estão a diabetes do tipo 1, vitiligo e as que afetam a tireoide. Entretanto, é necessária uma exposição ambiental para disparar a genética do indivíduo propenso a essa deficiência.
Mais comum a partir dos 60 anos de idade, a anemia perniciosa pode se tornar mais frequente com o envelhecimento da população.
Sintomas
Os principais sintomas são:
- Diarreia
- Constipação
- Fadiga
- Palidez
- Déficit de atenção
- Perda de apetite
- Inchaço na língua
- Sangramento da gengiva
- Dificuldade de respiração
Quando não identificada corretamente, a doença pode causar alterações crônicas cardíacas, respiratórias, neurológicas e psiquiátricas semelhantes à demência.
Como diagnosticar a anemia perniciosa?
O diagnóstico pode ser feito de acordo com os sintomas e hábitos alimentares. Entretanto, segundo a médica, para confirmar o diagnóstico é necessário realizar alguns exames, como endoscopia digestiva ou Schilling (é um exame médico de quatro etapas usado para determinar se um paciente tem deficiência de vitamina B12).
Tratamento e prevenção
O tratamento da anemia perniciosa é feito com injeções de vitaminas B12 ou via oral, isto é, comprimidos. Além disso, pode ser recomendado o uso de ácido fólico para prevenir consequências neuronais.
A boa notícia é que é possível evitar esse tipo de anemia. “A forma mais prática de evitar essa doença é manter uma alimentação rica em vitamina B12. As principais fontes são os produtos de origem animal, como carnes vermelhas, aves, peixes, ovos, leites e derivados”, completa a especialista.
Além disso, alguns aspectos podem impedir a absorção da vitamina B12 pelo organismo, como gastrite atrófica, retirada ou desvio do estômago por cirurgia bariátrica e alterações dietéticas. Dessa forma, é possível, através de uma reposição periódica da vitamina, prevenir a deficiência, e, no caso de alterações dietéticas, deve ser evitada a retirada muito extrema de carnes, ovos, leites e laticínios. O ideal é conversar com o nutricionista para fazer uma reposição adequada, especialmente para quem é vegetariano ou vergano. Por fim, uma vez iniciado o tratamento de reposição, ele deverá ser feito por toda a vida, senão a doença pode voltar.
Fonte: Dra. Flávia Cohen, infectologista da clínica FVC
Referências: Jornal da USP