Benefícios de andar (e treinar) descalço

Bem-estar Movimento
06 de Agosto, 2021
Benefícios de andar (e treinar) descalço

Quem nunca ouviu alguém mais experiente falar que andar descalço faz bem? A ideia não é mera crendice popular: de acordo com o ortopedista Henrique Mansur, o hábito pode trazer inúmeros benefícios desde a infância. Entenda:

Andar descalço

“Nas crianças, ficar sem calçados auxilia no desenvolvimento dos músculos e dos ossos do pé. Além de participar de forma fundamental na percepção corporal do espaço”, explica o especialista. “Isso porque andar descalço restabelece nosso padrão natural de caminhar, melhora o controle da posição do pé ao apoiá-lo no chão, aumenta o equilíbrio, proporciona a propriocepção e trabalha a consciência corporal.”

Além disso, ficar com os pés no chão exige mais estabilidade. O que promove a biomecânica (modo como nossas estruturas se adequam ao movimento) de diversas partes do corpo: quadris, joelho e core, por exemplo. Ainda, as nossas articulações agradecem, já que os músculos dos membros inferiores ficam mais fortalecidos e, consequentemente, não sobrecarregam os ligamentos.

Nos adultos, andar descalço alivia possíveis dores causadas pelo uso de sapatos inadequados — prevenindo, desse modo, o aparecimento de joanetes, deformidades nos dedos ou outras lesões nos pés.

Leia também: Lesões no tornozelo estão entre as mais comuns das Olimpíadas de Tóquio. Entenda

Como malhar descalço?

Um estudo recente, publicado no periódico British Journal of Sports Medicine e feito por pesquisadores de Harvard, comparou corredores descalços e calçados durante um ano. Como resultado, o artigo observou que aqueles que corriam calçados tiveram um número significativamente maior de lesões. “Outra vantagem para corredores descalços é a diminuição do impacto no calcanhar (heel strike), o que possibilita treinos em superfícies mais duras, com menor desconforto na aterrissagem”, afirma.

Pensando nisso, o ortopedista listou cinco dicas de como iniciar os exercícios sem tênis:

  • Comece devagar, com aumento progressivo do tempo e da carga;
  • Repouse se sentir dores ou desconforto nos pés;
  • Inicie em superfícies regulares, planas, seguras e em ambientes cobertos;
  • Considere o uso prévio de calçados conhecidos como minimalistas;
  • Por fim, realize exercícios de equilíbrio descalço, como yoga e pilates.

Fonte: Henrique Mansur, médico ortopedista e especialista em cirurgia de pé e tornozelo.

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