Amamentar no calor: entenda como a temperatura impacta a alimentação do bebê
Nesta semana, uma onda de calor fora do normal atingiu várias regiões do Brasil, com destaque para as regiões norte e sudeste. As altas temperaturas podem causar tontura, mal-estar, nariz entupido e até crises alérgicas. Além desses problemas, as mães também precisam enfrentar um desafio a mais: amamentar no calor. Saiba mais a seguir!
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Amamentar no calor: como os dias quentes podem influenciar?
Ao contrário da lógica dos adultos que tendem a sentir menos fome quando está calor, os bebês, na verdade, precisam aumentar a ingestão de leite materno. O motivo é que além de terem um estômago pequeno e o leite materno ser de fácil digestão, o bebê mama para saciar fome e sede, fazendo com que aumente sua necessidade de lactação nos dias mais quentes.
Segundo a consultora internacional de lactação, Cinthia Calsinski, o momento é ideal para proporcionar uma amamentação em livre demanda, deixando o bebê no controle das mamadas:
“A livre demanda é a maneira de ajustar a produção de leite de acordo com as necessidades da criança ao longo do tempo, pois ao crescer e engordar vai precisando de volume maior. Em dias muito quentes, a livre demanda é fundamental e deve-se esperar intervalos menores e duração maior nas mamadas justamente para que o corpo consiga prover o que o neném precisa”, orienta.
A especialista explica ainda que durante a amamentação, até os 2 anos de vida, os bebês ainda não têm uma rotina fixa de alimentação com horários rígidos. Por isso, é importante deixar o leite materno disponível sempre que possível.
Como adotar a amamentação em livre demanda?
Fornecer leite materno sempre que o bebê quiser, independente das condições externas – isso é a amamentação em livre demanda. Ou seja, amamentar dessa forma envolve horários noturnos, ambientes públicos e até mesmo pausas maiores para a amamentação. É o bebê é que escolhe a hora de parar.
Assim, basta que a criança apresente fome, para que a mãe ofereça o peito e permita que ela mame até se sentir satisfeita. Vale reforçar que alguns bebês são mais rápidos, levando de 5 a 10 minutos para se sentirem satisfeitos, porém, a velocidade é bem particular e outros bebês podem levar até 40 minutos.
Por mais que o calor possa incomodar a mamãe, é fundamental ter em mente que os intervalos aumentam à medida que o bebê cresce e aprende a mamar de forma mais efetiva.
“Existe o preconceito de que a criança precisa mamar a cada três horas e que todo choro é por fome. Esquecem que pode ser sono, fralda suja, tédio, necessidade de afeto ou contato físico, entre outras. A noite pode ser excelente se o bebê realmente mamar bem e é dispensável colocar o despertador para acordá-lo para se alimentar. Lembre-se que o nome ‘livre’ significa amamentar no tempo do bebê”, reforça Cinthia.
Dicas de ouro para amamentar no calor
- Crie espaços tranquilos e frescos para amamentar o seu bebê em casa;
- Use roupas frescas e leves;
- Posicione-se de forma adequada para amamentar;
- Massageie os seios para tornar a amamentação mais fluida;
- Aposte em umidificadores e ventilação para amenizar o calor.
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Fonte: Cinthia Calsinski, Consultora Internacional de Lactação.
Referências: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.