Ter uma alimentação balanceada, representada por macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis), é indicada para todos. Porém, pessoas com diabetes, além de seguir essas orientações, devem se atentar a alguns outros cuidados.
Para quem tem diabetes tipo 1, é importante fazer o equilíbrio entre os alimentos e a insulina aplicada. Pois os níveis glicêmicos devem se manter dentro do ideal. E quando a atividade física entra na rotina – o que é sempre recomendado pelos médicos – é preciso elaborar o que deve ingerir antes, durante e pós-treino.
A nutricionista Maristela Bassi Strufaldi, do Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD), explica que a alimentação antes do treino tem a função de fornecer energia para garantir a execução do exercício. Assim, a refeição pós-treino tem o objetivo de restabelecer a função muscular e a recuperação energética.
“Para pessoas com diabetes tipo 1 é preciso um cuidado extra, a monitorização da glicemia pré, durante e pós-treino para adequar o esquema medicamentoso conforme o plano alimentar. Mas isso é individual, não é receita de bolo”, salienta a especialista em Nutrição Esportiva e Obesidade pela Universidade de São Paulo – FMRP/USP.
Segundo a nutricionista, o melhor alimento para se exercitar antes do treino são aqueles que contêm carboidrato. Isso porque eles ajudam a dar mais energia para a atividade física. Aposte em cereais integrais como aveia, granola, pão integral e batata doce são alguns exemplos.
Para o pós-treino, a indicação fica sendo a proteína, que tem uma oferta importante de nutrientes para a reconstrução muscular. Mas, segundo Maristela, tudo vai depender do tipo do exercício, da intensidade e do tempo desse treino, além da meta glicêmica para iniciar os exercícios. As orientações devem ser – sempre – individualizadas.
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De acordo com a especialista, não existem estudos com pacientes com diabetes tipo 1. Mas, de qualquer forma, dependendo do esquema medicamentoso dessa pessoa, não seria interessante fazer jejum intermitente. Pois a insulina é um hormônio circulante, que retira o açúcar do sangue, e jejuns prolongados podem favorecer o risco de hipoglicemia. Pela falta de evidências científicas, não está indicado para esse grupo de pacientes.
A contagem de carboidratos é uma ferramenta nutricional muito benéfica para a melhora do controle glicêmico e maior flexibilidade alimentar.
“O paciente é o protagonista desta contagem e, por isso, exige treino e cuidado. Sempre deve ser realizado um ajuste entre insulina rápida ou ultrarrápida e o carboidrato ingerido, o que é chamado de razão insulina: carboidrato. Esta é individualizada e definida junto à equipe de saúde, através de observações diárias e monitorização”, explica Maristela.
A nutricionista dá um exemplo: 1UI de insulina rápida ou ultrarrápida para cobrir cerca de 15g de carboidratos, ao realizar uma refeição contendo 30 gramas desse nutriente – como um pão francês – serão necessárias 2UI de insulina para tal cobertura. Esse seria o ponto de partida, mas isso deve ser personalizado e o paciente treinado pela equipe multidisciplinar.
Fonte: Maristela Bassi Strufaldi, nutricionista do Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD) e especialista em Nutrição Esportiva e Obesidade pela Universidade de São Paulo – FMRP/USP.