AIDS: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais

Saúde
29 de Agosto, 2022
AIDS: o que é, sintomas, causas, tratamento e mais

Apesar de ter sido descoberta há mais de 30 anos, a AIDS ainda é muito estigmatizada. De acordo com dados da UNAIDS Brasil, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no mundo foram infectadas pelo HIV em 2021. Comparado com 2010, que somou 2,2 milhões de novos pacientes, esse número reduziu em 32%. No entanto, a AIDS ainda é um problema de saúde pública, que necessita de conscientização — sobretudo entre os mais jovens.

Segundo um estudo recente do IBGE, o número de pessoas entre 13 e 17 anos que usou preservativo nas relações sexuais caiu de 72,5% para 59%. Dessa parcela, os meninos são os que menos se protegem durante o sexo. Essa redução tem alguns motivos: a falta de educação sexual nas escolas e o fato dos adolescentes subestimarem a doença. Outro dado reforça os achados deste levantamento: o Ministério da Saúde afirma que a infecção é maior entre jovens de 15 a 24 anos e em adultos com mais de 50 anos, tanto homens quanto mulheres. Muitos desconhecem a gravidade da AIDS por não terem vivido a crise sanitária nos anos 1980 e 1990. A seguir, saiba tudo sobre a infecção e os porquês para não subestimá-la.

Veja também: Quarto caso de cura do HIV é registrado no mundo

O que é e quais são as causas da AIDS?

A AIDS é a sigla em inglês para a síndrome da imunodeficiência adquirida. O retrovírus HIV, responsável pela infecção sexualmente transmissível, ataca o sistema imunológico do nosso organismo. Como resultado, a pessoa fica vulnerável a qualquer doença e pode morrer até por causa de uma gripe. As células mais afetadas são os linfócitos T CD4+. O HIV altera os genes dessas células e se multiplica até comprometer a imunidade.

Crédito: Reprodução/Ministério da Saúde

Como se transmite o HIV?

A principal forma de transmissão do vírus da AIDS é por meio do sexo sem camisinha. Ou seja, qualquer tipo de relação: com penetração, vaginal ou anal, e oral. Além disso, o compartilhamento de seringas e o contágio de mãe para filho na amamentação ou na gravidez são vias para a infecção.

Sintomas

A princípio, os sinais da AIDS são bem sutis e parecidos com os da gripe. Então, a pessoa pode sentir febre recorrente, dores de cabeça, na garganta e pelo corpo. Isso acontece após duas a seis semanas de incubação do HIV, estágio em que o vírus se instala e age sobre a imunidade. No entanto, estes sintomas podem ser mais intensos, pois cada sistema imunológico é diferente. Se não houver tratamento de controle, a infecção avança até causar complicações mais graves e potencialmente mortais. Em estágios avançados, a AIDS também causa perda de peso crônica e muita fragilidade.

Diagnóstico

Para descobrir se a pessoa é soropositiva ou não, o médico solicita o ensaio de imunoabsorção enzimática, popularmente conhecido por teste Elisa. No entanto, ele não reconhece imediatamente a presença do HIV: geralmente é preciso aguardar, pelo menos, 20 dias após o contato suspeito com o vírus. Para confirmar o diagnóstico, ele é feito novamente depois de três meses. Se constar soropositivo, a pessoa está com HIV. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível realizá-lo de forma gratuita.

Tratamento da AIDS

A AIDS é uma doença que ainda não tem cura. Todavia, a ciência evoluiu e hoje oferece uma série de cuidados que atrasa e controla o desenvolvimento do HIV. Chamados antirretrovirais, esses medicamentos reduzem a reprodução do vírus no organismo e ajudam a recuperar as defesas do sistema imunológico. Dessa forma, a pessoa consegue conviver com a doença normalmente, sem restrições. É claro, o uso de camisinha torna-se imprescindível durante o sexo, pois o vírus permanece transmissível.

O uso do “coquetel antiaids” deve ser contínuo. Portanto, a pessoa não deve se esquecer de tomar os medicamentos nem interromper o uso sem orientação médica, pois isso torna o vírus mais resistente. Outra recomendação aliada do tratamento é ter hábitos que fortalecem a imunidade. Por exemplo, ter uma alimentação equilibrada e rica em todos os nutrientes, exercícios físicos regulares, descanso adequado e controle do estresse ajudam nessa missão.

Por fim, é importante fazer visitas de rotina ao médico para repetir os exames e avaliar a saúde para, assim, controlar a AIDS com qualidade.

Perguntas frequentes sobre AIDS

Ter o HIV é a mesma coisa que ter AIDS?

Essa é uma crença bem comum entre as pessoas. Acredita-se que todo mundo que contraiu o HIV terá AIDS, que é a doença causada pelo vírus. Mas não é bem assim. Há diversos pacientes soropositivos que apenas carregam o HIV, mas sem manifestar os sinais de imunodeficiência da doença. Porém, essa parcela necessita do mesmo acompanhamento regular no médico e se proteger na hora do sexo para não passar o HIV para os parceiros. As futuras mães devem seguir o pré-natal e realizar todos os exames, inclusive para AIDS, a fim de evitar a transmissão para o bebê.

Quais as complicações da infecção?

A AIDS consiste no enfraquecimento do sistema imunológico. Em outras palavras, o paciente pode morrer ou ter complicações graves por qualquer tipo de infecção. Então, todas as doenças, das simples às mais delicadas, se tornam um fator de risco para a fatalidade. Entretanto, essa situação ocorre quando a pessoa não faz o tratamento correto ou descobre a enfermidade de forma tardia. Além disso, segundo um estudo da American Heart Association, pessoas que vivem com HIV e não têm a infecção controlada têm um risco 70% maior de sofrer uma parada cardíaca súbita. Para a infecção estar sob controle, a carga viral deve estar reduzida ou indetectável no sangue. Somado a isso, os níveis das células de defesa precisam estar altos.

Beijar na boca transmite o HIV?

Não, nem beijo no rosto ou o contato com saliva, suor e lágrimas. Assim, você pode dividir copos, talheres e outros objetos pessoais (exceto itens como alicates e seringas) sem correr o risco de adquirir o vírus. Também não há o que temer se o sexo envolver o uso de camisinha, tanto o com penetração quanto o oral.

Todo mundo pode contrair o vírus?

Qualquer pessoa está sujeita à infecção diante das situações de risco. Antes, quando a AIDS era uma pandemia nos anos 1980, acreditava-se que a doença se manifestava apenas entre homossexuais. Só que essa crença foi descreditada com o aumento de pacientes heterossexuais infectados. Homens e mulheres, independentemente da orientação sexual e idade, precisam se proteger.

A AIDS é uma doença controlada?

Hoje, é possível dizer que sim, embora ainda exista um longo caminho para que ela seja erradicada. Todo ano, morrem quase 700 mil pessoas por causa do agravamento da condição. É um número alto, sem considerar a média de 1,5 milhão de novos infectados no mundo a cada ano.

Como se prevenir?

Já falamos, mas não custa lembrar: o uso de preservativo é a principal medida contra a AIDS e outras ISTs igualmente perigosas. Abandonar a ideia de que “só acontece com os outros” também deve fazer parte desse cuidado — não só com você, mas com a pessoa com quem se compartilha a intimidade.

O que é o PreP?

O PreP (Profilaxia Pré-Exposição), é um meio de prevenção à exposição do HIV. Assim como outros antirretrovirais, ele também deve ter prescrição médica. Sua recomendação é indicado em casos específicos: por exemplo, se uma pessoa enfrenta uma situação de sexo sem consentimento e desprotegido. Dessa forma, evita-se que o vírus se multiplique.

Referências: Ministério da Saúde; UNAIDS Brasil; ABIA; e CDC.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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