Aborto de repetição: o que é a condição sofrida por Sharon Stone
Sharon Stone comentou em uma publicação do Instagram da bailarina Peta Murgatroyd, que recentemente enfrentou um aborto espontâneo. Comovida com o relato, a atriz compartilhou que passou por 9 abortos desse tipo antes de considerar a adoção dos três filhos. Não demorou muito para que os fãs de Sharon enviassem mensagens de apoio à celebridade. Para mulheres que estão tentando ter filhos, a situação é dolorosa e se chama aborto de repetição. “Antigamente, os médicos esperavam ter três abortos [para considerar o diagnóstico]. Atualmente, depois do primeiro aborto e dependendo da idade da paciente já investigamos a causa. Dessa forma, pesquisamos se há trombofilia e fazemos a histeroscopia para verificar se há malformações dentro da cavidade uterina”, explica o médico ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira.
Veja também: Afinal, usar folha de repolho nos seios ajuda no ingurgitamento mamário?
Quais são as causas do aborto de repetição?
De acordo com Caldeira, existem três causam que lideram os abortos de repetição:
- Malformação do óvulo (ovopatia): “nesse quadro, o embrião é alterado geneticamente. Geralmente isso ocorre quando a mulher possui idade mais avançada — o risco é maior a partir dos 38 anos.
- Enfermidades do útero: segundo Caldeira, a sinéquia e a endometrite são dois fatores que favorecem o aborto de repetição.
- Trombofilia: quando a mulher produz microcoágulos que entopem a circulação dentro do útero.
Formas de tratamento
A princípio, as linhas de cuidado dependem do diagnóstico. Por isso, é importante avaliar os fatores responsáveis pelos abortos sucessivos. Por exemplo, se o problema está relacionado a sinéquias uterinas — cicatrizes únicas ou múltiplas capazes de comprometer as funções do útero — o tratamento pode exigir cirurgia, como a histeroscopia. Em caso de mulheres que não estão mais em idade fértil, Caldeira sugere a fertilização in vitro com estudo genético do embrião. “Assim, minimizamos o risco de aborto”, conclui.
Fonte: Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH); e médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana.