Vai fazer uma visita ao recém-nascido? 5 cuidados que não se pode esquecer
Ainda que seja uma tentativa de demonstrar afeto à nova família que está se formando, a visita ao recém-nascido é um assunto delicado e que precisa de diálogos honestos para que ela venha a acontecer no melhor momento tanto para o bebê quanto para os pais. Assim, a primeira orientação é que familiares e amigos nunca cheguem de surpresa na casa do pequeno.
Essa recomendação, inclusive, surge porque cada núcleo familiar funciona de uma forma. Logo, mães e pais podem decidir esperar mais tempo que o comum para começarem a receber visitas. De acordo com João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o ideal seria aguardar o bebê completar três meses para entrar em contato com terceiros.
“Já que o sistema imunológico não está desenvolvido e as infecções podem ser muito graves nesse período”, esclarece o especialista. Além disso, entre o segundo e o terceiro mês de vida do pequeno, ele passa a receber vacinas importantes para a sua proteção contra doenças significativas.
Só que sabemos que há diferença entre a teoria e prática. Inclusive porque a visita de familiares e amigos pode significar a construção da rede de apoio dessa nova mãe e, consequentemente, a redução da sobrecarga que se mostra ainda mais marcante no puerpério.
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Os cuidados que se deve ter na visita ao recém-nascido
1. Atenção aos sintomas respiratórios!
Com isso em mente, é importante então que se redobre os cuidados com a própria saúde bem como em relação a higiene para garantir mais proteção ao recém-nascido. Assim, de acordo com a pediatra Patrícia Terrível, neonatologista e membro do departamento de Aleitamento Materno da SPSP, é fundamental que familiares e amigos não visitem o bebê ao apresentarem qualquer sintoma respiratório.
“Em outras palavras, é proibido visitar o recém-nascido com resfriado bem como com tosse, febre e até mesmo uma simples coriza”, reforça a especialista. O alerta também vale para caso a pessoa não esteja doente, mas conviva diretamente com alguém que esteja. Nesse caso, a ida à casa do recém-nascido também não é indicada.
2. Reforce os cuidados de higiene
Se possível, ao ir até a casa do recém-nascido, é importante que amigos e familiares evitem segurar o bebê com a mesma roupa que usaram no transporte público, por exemplo. Além disso, é imprescindível lavar as mãos corretamente e usar álcool em gel antes de entrar em contato com pequeno. Nesse momento, a máscara também pode entrar como uma aliada importante para proteger o pequenino.
3. Evite segurar na mão do recém-nascido e beijá-lo
Mesmo com a higiene correta das mãos, não é indicado segurar a mão do bebê ao pegá-lo no colo, já que ele tem o costume de levá-la até a boca. Assim, o ato pode acabar sendo um meio de transmissão de vírus e bactérias para o recém-nascido que está mais suscetíveis a esses agentes devido a fragilidade do seu sistema imunológico. A mesma orientação existe em relação a beijar o pequeno, o que não é indicado pelos especialistas, principalmente sem a permissão dos pais.
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4. Se possível, não use perfumes ao visitar o bebê
Ainda que não seja a contraindicação mais incisiva, é de bom tom evitar perfumes fortes ao visitar o recém-nascido. De acordo com Dr. João, o olfato do bebê tende a ser mais sensível a aromas nesse período, logo, ele pode acabar tendo uma reação alérgica ao cheiro mais marcante. Inclusive, as chances disso acontecer são ainda maiores para os pequenos que vêm de famílias com histórico de alergia.
5. Não peça para os pais acordarem o recém-nascido
Além das preocupações físicas com a família que está se formando, é preciso que amigos e familiares não se esqueçam dos cuidados com a saúde mental dos pais – principalmente da mãe que está vivendo o puerpério e por isso tende a experenciar momentos de maior fragilidade devido a fatores como a sobrecarga de tarefas e privação de sono.
Assim, recomenda-se que a visita ao recém-nascido seja curta para não atrapalhar a rotina que está se formando. Além disso, é fundamental que ninguém peça para acordar o bebê apenas segurá-lo. A mãe também não deve ser incomodada enquanto amamenta o pequeno, por exemplo.
Em outras palavras, conhecer o novo membro da família precisa ser regado de bom senso e empatia para que o momento ocorra da maneira mais confortável para todos os envolvidos.
Fontes:
- Dr. João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo;
- Dra. Patrícia Terrível, pediatra, neonatologista e membro do departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.