Ver televisão pode aumentar o risco de demência em idosos, diz pesquisa
É natural, com o passar dos anos, que as pessoas se tornem menos ativas. Agora, uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que um hábito comum de pessoas idosas pode ser nocivo: ver televisão.
O estudo aponta que aqueles cujo tempo sedentário é gasto majoritariamente assistindo à TV têm um risco 24% maior de desenvolver demência, enquanto os que optam pelo computador têm 15% de risco reduzido.
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Ver televisão X risco de demência: detalhes sobre a pesquisa
Primeiramente, a pesquisa contou com mais de 146 mil adultos acima dos 60 anos que não apresentavam sinais de demências. Após mais de 12 anos sendo acompanhados, aproximadamente 3,5 mil voluntários apresentaram sintomas da doença.
Mas afinal, por que ver televisão pode ser tão prejudicial? De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma atividade cognitiva passiva, ou seja, que não estimula o pensamento. Por outro lado, o computador é cognitivamente ativo, o que significa que ele é, assim como a leitura, mais intelectualmente estimulante.
Para ambos os grupos que participaram do estudo, a probabilidade de desenvolverem a demência associada ao hábito de sentar persistiu, independente de quanta atividade física eles fizeram em outras partes do dia. Pesquisas anteriores já tinham apontado para os benefícios do exercício físico na redução de risco da perda cognitiva e da demência.
Assim, o estudo conclui que “reduzir comportamentos sedentários cognitivamente passivos, como assistir à TV, e aumentar os cognitivamente ativos, como o uso de computador, mesmo que em uma quantidade mínima, pode ter um impacto importante no risco de demência dos indivíduos, independentemente do seu envolvimento em atividades físicas”.
Afinal, o que é a demência?
A demência, que não é considerada uma parte normal do envelhecimento, é um termo para se referir a uma série de sintomas. Por exemplo, perda de memória, confusão, problemas de fala, raciocínio lógico e mudanças comportamentais. Tais sintomas se agravam com o tempo e afetam as atividades e vida diárias de um indivíduo. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência. Hoje, a doença atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, atinge mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo.