Varíola dos Macacos: há razões para se preocupar?
A varíola dos macacos é uma doença nova?
NÃO. Diferentemente da Covid-19 que surgiu em 2019 e pegou o mundo de surpresa, a varíola dos macacos já é conhecida desde 1958, quando o vírus foi originalmente isolado nos macacos. Os primeiros relatos de infecção em humanos são de 1970, na República Democrática do Congo. A partir daí já houve surtos esparsos no mundo, como o que aconteceu nos Estados Unidos em 2003 e não se espalhou. A varíola dos macacos, portanto, não é uma doença nova.
Como acontece a transmissão?
Em primeiro lugar, é importante colocar que o risco de contágio é MUITO BAIXO. Isso se deve ao fato de que para uma pessoa se contaminar, deve ter contato direto com as lesões da pele de uma pessoa acometida, ou com suas roupas ou lençóis. A transmissão por gotículas de saliva ou secreções respiratórias também pode ocorrer, mas como o vírus é grande (bem maior que o da Covid) precisa de gotículas maiores, o que exige um contato também muito próximo. A capacidade de transmissão do vírus, portanto, é muito baixa, dificilmente causando um surto de proporções próximas à pandemia de Covid.
Quais são os sintomas clínicos?
Depois de um período de incubação que pode variar de 5 a 21 dias, as pessoas começam com febre e dores pelo corpo, como dor de cabeça, dor nas articulações e nos músculos. Após uns dois dias surgem as lesões que incialmente parecem “bolhinhas” de água na pele. Estas bolhas crescem e ficam com um conteúdo espesso, que é cheio de vírus. Depois a lesão pode se transformar em uma úlcera e finalmente sara quando surge uma casquinha. O quadro todo dura em média uns 7 a 14 dias. O contato direto com estas lesões é que transmite, na maior parte dos casos, a doença para outras pessoas.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pelo exame de PCR do líquido das lesões.
Existe tratamento específico para a varíola dos macacos?
Não existe. O tratamento em geral é de suporte para os principais sintomas apresentados pelos pacientes.
Qual é a mortalidade da varíola dos macacos?
Este vírus que está sendo identificado no mundo atualmente tem uma taxa de mortalidade baixa, em torno de 1 a 3%. Há outros tipos de vírus que causam a varíola dos macacos, que tem uma taxa maior, em torno de 10%, de mortalidade. Por isso sempre é bom conter estes surtos para evitar possíveis mutações do vírus, tornando-o mais mortal.
Existe vacina para a varíola dos macacos?
Para a varíola dos macacos, especificamente, não tem. Mas a vacina que era indicada para a varíola parece funcionar também para a dos macacos. Importante lembrar que a varíola (não do macaco) é uma doença que foi extinta do mundo na década de 80 graças justamente à sua vacina. Como não há mais varíola no planeta, não há mais vacina disponível para a população no mundo. Esta vacina existe apenas em alguns laboratórios específicos. Por isso, não adianta sair por aí procurando vacina para a varíola dos macacos.
Devemos seguir atentos a todas as doenças que surgem no mundo e acompanhar seus desdobramentos. No caso da varíola dos macacos, especialistas confirmam que dificilmente este vírus vai conseguir produzir surtos importantes.
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