Vacina tríplice viral: para que serve e quando tomar

Saúde
21 de Fevereiro, 2022
Vacina tríplice viral: para que serve e quando tomar

Considerada uma vacina de interesse prioritário à saúde pública do país, a vacina tríplice viral faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde os anos 1990. E o seu papel é tão importante que o sarampo e a rubéola – doenças combatidas pelo imunizante, além da caxumba – chegaram a ser considerados erradicados do Brasil. Agora, contudo, passamos até por um novo surto de sarampo, e a recomendação de se proteger contra essas enfermidades volta a entrar em evidência.

Mas, quando e como tomar a tríplice viral? A seguir, confira as últimas orientações e proteja sua família.

Para que serve a vacina tríplice viral?

Como você leu, a vacina tríplice viral combate três doenças causadas por vírus: o sarampo, a rubéola e a caxumba. Ela é produzida com os vírus atenuados. Ou seja, eles sofrem modificações em laboratório para que se tornem menos agressivos, de maneira a apenas “darem as caras” no nosso sistema imunológico para que este produza uma resposta contra os intrusos, sabendo o que fazer em caso de uma infecção real.

Quando tomar a vacina tríplice viral

Aos 12 meses é prevista a primeira dose, com um reforço aos 15 meses. E quando chega a hora do reforço, ele pode ser feito com a vacina tetraviral. Que também protege contra a varicela (catapora).

Leia também: Vacinas para crianças: quais são as principais?

Agora, se uma pessoa, já adulta, não lembra se tomou o imunizante, o ideal é tomar as duas doses com um intervalo de um ou dois meses entre elas. E também vale ficar de olho em casos de surtos dessas doenças. Pois, isso pode levar à recomendação de uma dose adicional. 

Quanto ao início do efeito, a vacina tríplice viral leva cerca de duas semanas. O período é o mesmo em relação a qualquer outro corpo estranho para que o nosso organismo comece a produzir anticorpos e linfócitos (células protetoras). A dose de reforço, por suas vez, é útil para a produção de células de memória, que são duradouras e, nesse caso, conferem proteção por toda a vida.

Sem fake news

Vale reforçar que aquela história de que a vacina contra o sarampo causa autismo não passa de fake news. O boato surgiu nos anos 1990 na Inglaterra, quando um médico apresentou uma pesquisa preliminar fazendo essa associação. O caso, contudo, já foi esclarecido, a relação descartada pela comunidade científica e o autor do mito punido. 

Outra história que ainda dá o que falar contra as vacinas é a presença de alumínio nos imunizantes, sob o pretexto de que nos faria mal por ser uma substância tóxica. De fato, algumas vacinas levam hidróxido de alumínio, mas suas concentrações são baixíssimas. A justificativa para o uso é “chamar a atenção” do sistema imune, para que ele inicie uma resposta forte e duradoura depois da vacinação contra as doenças em questão.

Há contraindicações?

Por ser feita com o vírus atenuado, a vacina tríplice viral é contraindicada para mulheres gestantes, pois existe o risco de o vírus passar pela placenta e infectar o bebê, que ainda não possui uma resposta imune duradoura.

Vacinas fabricadas dessa forma também acendem o alerta em pacientes imunossuprimidos, pelo fato de terem a imunidade mais baixa. A recomendação é consultar o médico para avaliar o risco-benefício e fazer ou não a indicação da vacina tríplice valente.

Fonte: Camila Sacchelli, especialista em doenças infecciosas e professora de Biologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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