Uso prolongado de mamadeira e chupeta: riscos para a criança
Uma das grandes preocupações de pais e mães com filhos pequenos é o uso prolongado de mamadeira e chupeta. O uso excessivo desses dois objetos tão adorados pelas crianças pode ser muito prejudicial para a sua formação e deixar sequelas para toda a vida.
De acordo com Patrícia Marsolla, ortodontista e odontopediatra, a recomendação é que o bebê tenha o mínimo de acesso possível a mamadeira e chupeta. No entanto, caso ele se apegue aos objetos, como é o comum, o ideal é que o uso seja interrompido antes dos dois anos de idade. Quando a criança tiver cerca de um ano a um ano e meio, o copo com bico já deve ser introduzido para substituir os dois materiais.
Caso o uso de mamadeira e chupeta não seja interrompido neste período, há risco de desenvolvimento de problemas no sistema estomatognático. Ou seja, que é o sistema de músculo, ossos, bochechas e língua, que mantém o funcionamento da arcada dentária corretamente.
“Pode haver consequências para a arcada dentária, deglutição, fala e formação dos ossos dos maxilares da criança”, afirma a especialista.
Consequências do uso prolongado de mamadeira e chupeta
A mamadeira e a chupeta podem afetar diversas áreas do desenvolvimento dos maxilares. Como, por exemplo, causar abertura na mordida e projeção dos dentes da criança para frente.
“E essa mordida aberta pode causar uma deglutição atípica, que é quando a criança joga a língua para frente, na abertura que foi formada pela mamadeira ou pela chupeta”, explica Patrícia. “Quando a criança deglute, ou engole, ela joga a linguinha para frente e isso também pode provocar uma abertura dos dentes da frente.”
Além disso, o fato de o bebê succionar a mamadeira ou chupeta o tempo inteiro pode levar a uma atresia dos ossos maxilares, da maxila, o que deixa a região um pouco mais estreita.
Além disso, a criança também pode ter problemas na fala. “Pois, em muitas letrinhas, ela precisa posicionar a língua atrás dos dentes da frente. E essa linguinha vai escapar, perpetuando o problema de abertura”, diz a odontopediatra.
A recomendação médica é que a amamentação no peito seja mantida o maior tempo possível, pois ela ajuda no desenvolvimento correto dos ossos maxilares da criança. Assim, com o movimento de ordenha, o bebê fortalece a articulação temporomandibular, o que gera um desenvolvimento correto dos ossos da face.
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Fonte: Patrícia Marsolla, mestre e especialista em ortodontia e especialista em odontopediatria.