Triquíase : o que é, causas e tratamento para a condição dos cílios invertidos

Triquíase é o nome dado a uma condição em que os cílios mudam a sua posição normal e passam a ficar voltados para dentro, tocando os olhos.

De acordo com a oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho, apesar de ser conhecido popularmente como “cílios invertidos” – uma vez que os fios ficam virados –, o termo certo e usado pelos médicos é “cílios evertidos”.

A seguir, saiba mais sobre o quadro, as causas, os possíveis riscos para a saúde dos olhos e as opções de tratamentos.

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O que é triquíase?

A triquíase é a condição na qual os cílios perdem a posição normal e passam a tocar a superfície dos olhos por estarem ao contrário.

A situação, segundo Keila, costuma ocorrer em alguns grupos mais específicos. O primeiro deles é o de bebês, em especial os asiáticos.

Keila explica que existe uma situação congênita – ou seja, uma alteração que acontece ainda durante a gestação – em que a criança já nasce com os cílios evertidos e tocando a córnea.

“Esses casos, no entanto, são benignos, pois não ocorre a laceração do tecido da córnea. Normalmente, o quadro costuma voltar ao normal sozinho e em poucos meses.”

Outro grupo que tem tendência à condição é o dos idosos. Aqui, contudo, o problema vem normalmente da blefarite crônica, que é a inflamação das pálpebras.

Por fim, segundo a profissional, pessoas com doenças autoimunes também têm maiores chances de terem o quadro.

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Riscos dos cílios evertidos

Por ser uma condição em que os cílios tocam a córnea, existe o risco de que os fios levem a lesões e até mesmo causem úlceras no tecido da superfície do olho.

De acordo com a oftalmologista, esse é um problema considerado grave.

“Como é uma situação bem problemática pelos riscos de lesões, a triquíase precisa ser avaliada pelo oftalmologista para indicar se é preciso ou não passar por uma cirurgia.”

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Tratamentos para a triquíase

Keila afirma que o tratamento para esse quadro tem sido um problema terapêutico.

“Se só os cílios estão evertidos, mas não há alteração da borda da pálpebra, existem muitas modalidades de tratamento”, ela diz.

São eles:

• Epilação mecânica: retirada manual dos cílios evertidos;
• Eletrólise com cautério bipolar: processo de cauterização de cada raiz dos fios evertidos;
• Crioterapia: mesmo procedimento de cauterização, mas com gelo;
• Fotocoagulação com laser de argônio: luz intensa que queima ou destrói estruturas intraoculares;
• Eletrólise com aparelho de radiofrequência: cauterização com radiofrequência.

Caso os procedimentos acima não sejam indicados, contudo, normalmente é necessário partir para alguma cirurgia.

Idependente de qual for a necessidade de tratamento, é imprescindível que o paciente busque um profissional qualificado para avaliar o caso e indicar a melhor opção para o quadro em questão.

Fonte: Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista e professora titular de Oftalmologia da UNICAMP.