Transplante de medula óssea: conheça cinco avanços fundamentais
Há seis décadas o transplante de sangue e medula óssea tem sido usado para tratar pacientes com câncer no sangue. Tornou-se, então, uma ferramenta vital de combate ao câncer.
“Foi apenas com as grandes contribuições de muitos pacientes, enfermeiros, pesquisadores e provedores de serviços de saúde ao longo de muitas décadas que os transplantes sanguíneos e de medula foram desenvolvidos como um tratamento eficaz para muitas pessoas,” afirma o Dr. William Hogan, bacharel em medicina e em química, diretor do Programa de Transplante Sanguíneo e de Medula da Mayo Clinic, em Minnesota..
“É espetacular refletir sobre o impacto dessa terapia em muitos pacientes ao longo dos últimos 60 anos. Estamos ansiosos para uma era de rápida inovação, fornecendo terapias centradas no paciente ainda melhores para uma série de doenças devastadoras.”
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Transplante de medula óssea: cinco avanços fundamentais
A seguir estão os cinco avanços mais promissores em transplante sanguíneo e de medula, inclusive as novas formas de tratamento para cânceres sanguíneos:
Uso de doadores incompatíveis
O transplante sanguíneo e de medula infunde no corpo células-tronco formadoras de sangue saudáveis para substituir a medula óssea que tem uma malignidade ou defeito subjacente que a torna incapaz de funcionar normalmente. O procedimento é uma das primeiras formas de medicina regenerativa. Dessa forma, retiram-se as células-tronco das células da própria pessoa (transplante autólogo).
É, então, uma estratégia eficaz para muitos cânceres de sangue, como linfoma e mieloma múltiplo. Entretanto, se a medula óssea já estiver comprometida por certos cânceres ou estiver falhando por outros motivos, um transplante de um doador (chamado transplante alogênico) poderá ser mais adequado. Inicialmente, doadores completamente compatíveis (como irmãos gêmeos idênticos) eram a opção mais segura. Mas, devido aos recentes avanços, doadores menos compatíveis (como membros da família com metade de compatibilidade) também podem contribuir.
Condicionamento com intensidade reduzida
Muitos cânceres afetam pessoas idosas, mas os transplantes sanguíneos e de medula limitavam-se, anteriormente, às pessoas jovens. Agora, pessoas mais idosas e não saudáveis o bastante para receber um transplante sanguíneo e de medula têm mais opções. Isso porque a abordagem oferece doses menores de quimioterapia e radioterapia antes do transplante.
Terapia celular CAR-T
A terapia de célula receptora de antígenos quiméricos-T (CAR-T) é a mais nova forma da terapia celular usada na luta contra o câncer. Assim, o procedimento envolve a coleta de células T de uma pessoa para submetê-las a um processo de reengenharia para que possam reconhecer e destruir as células cancerígenas. Esse tratamento de imunoterapia foi especialmente útil para tratar distúrbios sanguíneos (como leucemia, linfoma e mieloma múltiplo) e está se expandindo rapidamente para outros cânceres.
Biomarcadores para o reconhecimento precoce de complicações sérias
Os pesquisadores descobriram marcadores metabólicos que podem prever o risco de um indivíduo desenvolver uma doença grave do enxerto contra o hospedeiro (uma complicação grave dos transplantes sanguíneos e de medula, na qual as células imunes do doador começam a atacar os tecidos saudáveis do receptor). Isso viabiliza o tratamento personalizado e imediato.
Uso dos transplantes de medula óssea para tratar outras condições:
Por fim, os pesquisadores estão analisando se os transplantes com células-tronco podem tratar outras condições, como a esclerose múltipla. Porém, ainda que esses avanços sejam promissores, a necessidade de mais doadores de medula óssea permanece alta.
Fonte: Mayo Clinic.