Toque Vaginal: entenda a importância do exame na gestação

Gravidez e maternidade Saúde
25 de Abril, 2023
Toque Vaginal: entenda a importância do exame na gestação

O toque vaginal pode ser um tanto quanto incômodo para algumas mulheres. Contudo, apesar do desconforto, o procedimento obstétrico é um dos principais exames da rotina ginecológica e pode pode identificar infecções, miomas e cistos ovarianos. Em especial, na gestação, o exame desempenha um papel ainda mais importante. 

De acordo com o médico ginecologista e obstetra, Dr. Luiz de Campos, o exame de toque deve figurar a rotina da gestante no período pré natal para que o médico avalie a bacia óssea da mulher, observando condições que possam  atrapalhar o trabalho de parto. Em especial, próximo ao parto, o exame ajuda a identificar a posição do bebê, além de fornecer informações sobre a dilatação e afinamento do colo.

“Na gestação, o exame nos ajuda a determinar a evolução do trabalho de parto, quando avaliamos a dilatação do colo, a posição do colo, sua consistência e esvaecimento (afinamento). Também é possível identificar a posição da cabeça ou bumbum fetal na pelve bem como a descida do feto pela pelve. E por fim, determinar se a bolsa de água está íntegra ou se rompeu”, afirma o médico ginecologista, Dr. Leonardo Valladão.

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Como é feito o exame de toque vaginal? 

O exame é feito introduzindo um ou dois dedos na vagina da gestante para avaliar a dilatação, o apagamento e a consistência do colo do útero, além de detectar qualquer anormalidade. O procedimento não exige um preparo específico como a retirada de pelos, mas pode ser necessário que a gestante esvazie a bexiga antes do exame para aumentar o conforto durante o processo.

Além disso, é importante que a gestante esteja relaxada e tranquila durante o exame, o que pode ajudar a reduzir o desconforto ou a dor, aconselha a médica ginecologista, Dra. Yara Caldato. 

“Normalmente utilizamos algumas substâncias lubrificantes, como gel ou vaselina, então no máximo o recomendado é realizar uma assepsia no local após o exame, tendo em vista a retirada do excesso do produto, em busca de evitar qualquer tipo de reação, mas nada além disso”, afirma o Dr. Luiz de Campos.

O exame de toque vaginal tem riscos? Pode provocar sangramento? 

O exame de toque vaginal é um procedimento relativamente seguro e com poucos riscos, mas como qualquer procedimento médico, pode haver complicações. Os problemas mais comuns são desconforto, dor e pequenos sangramentos. De forma geral, esses sintomas são leves e não representam riscos para a gestante ou para o bebê.

“Algumas gestantes podem sentir desconforto ou dor durante o exame de toque vaginal, especialmente se o colo do útero ainda estiver fechado ou se a gestante estiver tensa. Nesses casos, é importante comunicar ao profissional de saúde que está realizando o exame, para que possa ser feito com mais cuidado e delicadeza”, afirma a Dra. Yara.

Além disso, existem alguns casos específicos de dor que são associados com doenças inflamatórias na pelve ou bacteriana. Portanto, se paciente já costuma vir com dor e é esperado que ao longo do exame exista dor também.

Contraindicações

Ainda que seja um procedimento seguro, existem algumas situações em que o exame de toque deve ser evitado, são eles:

  • Placenta prévia na gestação;
  • Casos mais avançados de câncer de colo uterino.

Em ambos os casos o toque vaginal pode desencadear hemorragia vaginal intensa. O que pode potencialmente levar a choque e óbito, além da perda da gestação na placenta prévia. Além disso, mulheres que apresentam ectopia cervical, uma alteração benigna do colo uterino (popularmente chamada de “ferida no colo”) podem apresentar discreto sangramento após a realização do exame de toque, e portanto, também devem evitá-lo quando possível. 

Contudo, sempre que for necessária a realização d0 exame, é imprescindível que a mulher saiba o motivo e e esteja de acordo com o procedimento. 

Quando o exame de toque deve ser realizado na gravidez

De acordo com o Dr. Leonardo, na consulta obstétrica de pré-natal, o toque vaginal deve ser realizado no primeiro trimestre, uma vez que o encurtamento do colo ou dilatação cervical levanta a hipótese de insuficiência istmo cervical, uma situação que caso não seja diagnosticada pode levar à perda gestacional no segundo trimestre. Durante o segundo trimestre, salvo em ocasiões que haja queixa da gestante que justifique, não é necessário o exame de toque vaginal. 

No terceiro trimestre, também não há razão ou justificativa baseada em evidência que sustente a realização desse exame na gestante durante as consultas. 

“Durante os trabalhos de parto, as evidências científicas e os protocolos de acompanhamento do parto da OMS e Febrasgo orientam o exame de toque vaginal a cada 4 horas. Esse período pode ser mais curto quando houver a ruptura da bolsa, antes de realizar analgesia, se houver sangramento excessivo e quando a parturiente passa a realizar puxos (força de empurrar o bebê) espontâneos”, afirma o médico. 

Fontes:

  • Dr. Leonardo Valladão, médico ginecologista, obstetra e coordenador médico do Parto com Amor
  • Yara Caldato, médica ginecologista regenerativa, funcional e estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais).
  • Luiz De Campos, médico ginecologista e obstetra, médico do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais).

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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