Teste de saúde mental viraliza no Tiktok. Veja riscos
Uma nova trend invadiu o TikTok: trata-se de um teste de saúde mental que mede os níveis de depressão, ansiedade e estresse. Mas como? Por meio de 21 perguntas feitas em um questionário aplicado clinicamente e que viralizou no celular de diversos jovens.
No entanto, especialistas enfatizam que o diagnóstico e tratamento devem ser feitos e acompanhados por um profissional de psicologia ou de psiquiatria. Entenda mais sobre o teste.
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Teste de saúde mental do Tiktok funciona?
O teste DASS-21 (Depression Anxiety Stress Scales-21) já teve 15,5 mil visualizações, 65,4 mil curtidas e mais de 2.000 comentários. O questionário é um dos mais utilizados e foi criado em 1995 por psicólogos da Universidade de New South Wales.
Disponível desde 2013 para o público brasileiro, o teste de saúde mental continua passando por diversos estudos. Um deles, por exemplo, foi publicado em 2016 por pesquisadores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Assim, eles investigaram como as 21 questões do DASS-21 poderiam ajudar a medir a intensidade dos sintomas da depressão, da ansiedade e do estresse em adolescentes.
Logo após avaliarem 426 jovens de 12 a 18 anos de escolas públicas de Porto Alegre (RS) com o questionário, nomearam a versão como EDAE-A (Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes). Como resultado, eles comprovaram que a maior média ocorria entre as garotas.
“Em relação à faixa etária, adolescentes mais novos (12 a 15 anos) e mais velhos (16 a 18 anos) não diferiram. Sobre as diferenças entre os sexos, esse aspecto pode estar relacionado a estereótipos de gênero, que demonstram especificidades quanto à saúde mental das meninas”, destacam as pesquisadoras.
Opinião do especialista
Em entrevista à Folha de São Paulo, o neuropsicólogo Bruno Moraes de Souza contou que disponibilizou o teste em seu site profissional. No entanto, ele reforça que o questionário é uma ferramenta informativa. Ou seja, não foi publicado com a finalidade de captar pacientes ou gerar lucro.
“É um conteúdo que visa instrumentalizar as pessoas para conseguirem entender se estão apresentando sinais de que precisam buscar atendimento psicológico. Deixamos muito claro que os testes não servem para diagnóstico, e sim para um levantamento sintomático geral”, afirma.
Souza lembra também que a psicologia possui um código de ética que tem como objetivo prevenir o uso de técnicas ou conceitos científicos da psicologia em práticas marqueteiras. A difusão do teste, entretanto, acredita ser positiva se bem orientada.
“Quando uma pessoa se encontra em algum quadro de desequilíbrio psicológico, é natural que ela busque informações para entender o que está ocorrendo com ela. Oferecer à população conhecimentos básicos sobre os desequilíbrios psicológicos, não só instrumentaliza a pessoa para buscar auxílio profissional e melhorar sua qualidade de vida, como evita que o paciente conviva com uma doença sem saber que há uma alternativa de tratamento”, diz Souza.
Portanto, para ter o diagnóstico tem que procurar um profissional e conversar com ele, pois é o profissional quem vai realmente trazer um diagnóstico de depressão, de ansiedade, e indicar o melhor tratamento”, conclui.