Rita Lee: Qual é a taxa de sobrevida do câncer no pulmão que afetou a cantora?
A rainha do rock brasileiro, Rita Lee, faleceu vítima de um câncer de pulmão nesta segunda-feira (8). A batalha da cantora contra o tumor começou em maio de 2021 e, desde então, ela vinha realizando tratamento e até chegou a entrar em remissão, que é quando as células tumorais deixam de aparecer nos exames. A taxa de sobrevida do câncer no pulmão que afetou a cantora tem uma média de 18%, sendo 15% para homens e 21% para mulheres em 5 anos, segundo o Ministério da Saúde.
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Explicando a taxa de sobrevida
Provavelmente você já ouviu falar na “taxa de sobrevida”. Ela se refere ao percentual de pacientes de oncologia vivos em um tempo determinado após o diagnóstico de câncer. Por exemplo, se uma taxa de sobrevida é de 70% em 5 anos, isso significa que, em média, 70 em cada 100 pessoas diagnosticadas com câncer ainda estão vivas após 5 anos.
Por outro lado, vale reforçar que a taxa de sobrevida não prevê quanto tempo cada pessoa viverá, mas permite entender a probabilidade de sucesso do tratamento. Além disso, trata-se de uma estatística geral, que pode oscilar de acordo com a modulação de fatores como idade, resposta ao tratamento, estado de saúde geral etc.
Embora a taxa de sobrevida do câncer de Rita ainda seja baixa, 18% em média, com o passar dos anos ela vem melhorando e já subiu 3 pontos na última década. A evolução se deve ao aprimoramento dos tratamentos e principalmente à efetividade do rastreamento da doença.
Entenda o perfil do câncer de pulmão
Quando a doença é descoberta nos estágios iniciais, a taxa de sobrevida aumenta consideravelmente e, em 5 anos, passa a ser de 56%. Mas é justamente aí que está a dificuldade, pois o tumor pulmonar é silencioso na fase primária. Apesar do desafio de identificar um tumor sem sintomas iniciais, a doença é caracterizada por um perfil predominante na maioria dos casos.
De acordo com a American Câncer Society, esse perfil contempla os seguintes requisitos:
- Ter idade entre 50 e 80 anos, em geral, com bom estado geral de saúde.
- Ser fumante ou não ter fumado apenas nos últimos 15 anos.
- Ter pelo menos histórico de tabagismo de 20 maços/ano (2 maços por dia por 10 anos).
Além disso, os sintomas comuns são tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, piora da falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite, cansaço ou fraqueza.
Exames de rastreamento do câncer de pulmão
Vale reforçar que, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo direto ou exposição passiva. Portanto, se você faz parte desse grupo de risco, fique atento aos exames de rastreamento da doença. São eles:
- Exames de triagem: A tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD) é o método mais comum para a triagem do câncer de pulmão. O exame pode identificar pequenos nódulos nos pulmões antes que se tornem sintomáticos.
- Exames genéticos: Testes genéticos com amostras de tecido pulmonar para detectar mutações genéticas associadas ao câncer de pulmão. Esses testes podem ajudar a determinar o risco individual e guiar o tratamento.
- Radiografia de tórax: Embora a radiografia de tórax não seja tão sensível à detecção precoce, ela pode revelar anormalidades nos pulmões que precisam de investigação.
- Testes de esputo: Os testes de escarro podem ser usados para procurar células cancerosas nos pulmões. No entanto, eles não são tão sensíveis quanto as imagens por tomografia computadorizada e podem não ser capazes de detectar o câncer em estágios muito iniciais.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Revista Rede Câncer | edição 40 de 2018.