Suturas cranianas separadas no bebê: causas e tratamento
As suturas cranianas são afastamentos dos ossos que compõem a calota craniana. No caso dos bebês, ter as suturas cranianas separadas no nascimento até o fim do primeiro ano de vida é muito importante para proteger o cérebro. Mas, os problemas acontecem quando essas suturas se “soldam” precocemente, causando um fechamento dos ossos do crânio, o que leva a problemas graves. Entenda.
Suturas cranianas nos bebês
O distanciamento das suturas no início da vida da criança é essencial para permitir o rápido crescimento do cérebro. Como explica José Martins Filho, médico pediatra da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas). Próximo a 1 ano de idade, as suturas se unem. No que é popularmente conhecido como fechamento da “moleira” – quadro normal e saudável para uma criança.
“Mas, o pior que pode acontecer é quando as suturas se soldam precocemente. Ou seja, o que chamamos de cranioestenose, ou fechamento dos ossos do crânio. O que leva a problemas graves que necessitam de cirurgia para abrir e dar espaço para o cérebro crescer”, afirma o pediatra.
Uma das consequências das suturas cranianas separadas precocemente, por exemplo, pode ser o surgimento da espinha bífida. Uma malformação da coluna cervical que leva a uma dilatação exagerada cerebral por um problema de acúmulo de líquido (hidrocefalia). Assim, nesses casos, o cirurgião deve intervir na coluna, corrigindo o possível defeito e aliviando a hidrocefalia, comum nesses casos.
Causas de suturas cranianas separadas
Ainda não se sabe certamente as causas mais frequentes que levam a essas alterações das suturas cranianas. No entanto, uma forma de isso acontecer é com a falta de uso de ácido fólico no final da gravidez, como afirma José Martins.
“Isso pode causar o problema da espinha bífida e, consequentemente, a hidrocefalia – o que deixa as suturas abertas. No entanto, isso é uma consequência. Assim, a abertura exagerada dos espaços entre os ossos do crânio geralmente são consequências de algo, como a hidrocefalia ou espinha bífida”,completa.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das alterações nas suturas cranianas do bebê é feito pelo pediatra nos exames clínicos seriados. Que devem ser feitos nos primeiros meses de vida, e se confirma pelo raio-X dos ossos do crânio.
Por fim, para tratar o problema, é necessário saber a causa primária que levou a esse afastamento. E saber por que as suturas não estão fechando. Assim, o acompanhamento pode envolver um neurologista, além do pediatra.
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Fonte: José Martins Filho, médico pediatra da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) e professor titular de pediatria da Unicamp.