Sudorese noturna: por que algumas pessoas suam muito durante o sono?
A transpiração é um mecanismo do nosso corpo que atua de forma muito inteligente. “Ela tem a função de manter a temperatura corporal e, dessa forma, o equilíbrio para o pleno e total funcionamento do organismo”, explica o endocrinologista Yago Fernandes. Algumas pessoas, suam mais do que outras, pois cada corpo tem suas necessidades próprias. No entanto, a condição pode atrapalhar a qualidade de vida do indivíduo em certos momentos, como no caso da sudorese noturna.
Ou seja, uma parcela da população costuma suar mais do que o normal enquanto dormem. Mas, por que isso acontece? A seguir, veja os motivos e maneiras de gerenciar esse desconforto.
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Possíveis causas da sudorese noturna
De acordo com Yago Fernandes, existem muitos motivos que podem desencadear a sudorese noturna. Os mais comuns são:
- Ansiedade.
- Distúrbios do sono, como insônia e apneia.
- Infecções variadas e abstinência de psicoativos.
- Alterações na tireoide, menopausa.
- Obesidade e diabetes.
Além disso, existe o quadro da hiperidrose, que superestimula a atividade das glândulas sudoríparas, responsáveis por excretar e produzir o suor. “Quem tem essa condição transpira exageradamente mesmo em repouso, principalmente nas mãos, pés, virilha, axila, colo e rosto”, explica o especialista.
Outro ponto é que o metabolismo entra em um processo de “faxina” durante o sono. Como resultado, o corpo transpira mais, a fim de manter o equilíbrio dessa atividade. Logo, o cenário também pode ser normal.
Quando a sudorese noturna pode ser motivo para buscar ajuda?
Yago recomenda a investigação médica quando a sudorese, noturna ou não, passa a ser um problema na vida da pessoa. “Se começa a atrapalhar a socialização, causa sentimento de vergonha e mal estar, precisa buscar acompanhamento médico”.
Além disso, se você acorda indisposto, como se não tivesse descansado o bastante, é possível que esteja desidratado. Desse modo, a situação recorrente também precisa da observação profissional.
Como descobrir e solucionar as causas da condição?
O primeiro passo é ir ao médico. De preferência, vá ao endocrinologista, que estuda as alterações hormonais e metabólicas, que normalmente são a origem do problema. “Exames laboratoriais, anamnese completa, polissonografia, são alguns exemplos de como podemos solucionar o caso”, comenta o expert.
Mas, caso os resultados não apresentem anormalidade ou não exista um hábito que esteja ocasionando a situação, atua-se de forma mais genérica. “Uso de desodorantes e cremes com sais de alumínio, por exemplo, bloqueiam mecanicamente a saída de suor das glândulas sudoríparas; já o botox pode bloquear o músculo responsável pela excreção do suor”, lista o médico.
Contudo, casos mais graves podem exigir cirurgia de remoção das glândulas sudoríparas nos locais de maior transpiração. “Em contrapartida, pode haver efeito rebote, com compensação do suor em outras regiões do corpo”, alerta.
Agora, se a sudorese noturna é consequência de uma doença ou mudança metabólica, como obesidade, diabetes e a menopausa, os tratamentos que controlam a condição inicial podem amenizar o quadro.
Dicas para controlar o suor excessivo
O tratamento com medicamentos pode ser extremamente útil, mas algumas práticas simples também podem melhorar o bem-estar. São elas:
- Utilize roupas de cama com tecido de algodão e outros respiráveis, que esquentam menos ao entrar em contato com a pele.
- O mesmo vale para as roupas: peças leves aliviam o calor noturno.
- Mantenha o seu quarto sempre arejado: prefira deixar as janelas abertas ou, então, lance mão do ventilador de ambiente.
- Cuide de sua hidratação: afinal, quando transpiramos, perdemos água que precisa de uma reposição adequada.
- Por fim, evite banhos quentes demais.
Fonte: Yago Fernandes, médico endocrinologista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais) e especialista em emagrecimento e hipertrofia.