Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT): Movimentos repetitivos podem ser a causa
Por conta da pandemia da Covid-10, várias empresas adotaram o home office. Assim, as pessoas acabam trabalhando mais, permanecendo na mesma posição e fazendo movimentos repetitivos por muito tempo. No entanto, isso pode gerar consequências, como a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT).
A SDT é uma condição clínica causada pela compressão de estruturas nervosas e vasculares na região inferior do pescoço, próxima à clavícula.
“Quando os nervos são acometidos, os sinais podem ser fraqueza, dormência e formigamento nos braços ou nas mãos. O comprometimento do fluxo sanguíneo pode causar inchaço e vermelhidão, uma aparência azulada na pele, ou ainda uma sensação gelada nos braços. Também pode se tornar difícil realizar atividades que exijam a elevação dos membros superiores”, relata o neurocirurgião Dr. Marcelo Amato.
Normalmente, a Síndrome do Desfiladeiro Torácico atinge jovens adultos entre 20 e 40 anos de idade.
Por que os movimentos repetitivos causam a SDT?
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da doença.
“A doença é causada por uma variação anatômica, em que a pessoa apresenta uma costela cervical ou alguma aderência, banda fibrótica, nesta região. Essa estrutura causa a compressão neurológica ou vascular. Portanto, quando o diagnóstico clínico da síndrome é realizado, e nenhuma estrutura anômala é encontrada, levanta-se a hipótese de algum problema postural ou disfunção muscular”, explica o especialista.
Sendo assim, o médico também afirma que movimentos repetitivos e uma postura inadequada dos ombros e do pescoço podem levar ao desenvolvimento da condição.
Além disso, praticar atividade física sem o devido acompanhamento e realizar exercícios de forma errada também pode causar a SDT.
Tratamento para Síndrome do Desfiladeiro Torácico
O tratamento irá depender da causa. “Se houver alguma estrutura anômala causando a compressão, e os sintomas forem graves, essa estrutura deve ser removida cirurgicamente. No caso da compressão por contratura muscular, o tratamento é clínico com reabilitação postural, fisioterapia, e relaxantes musculares. Assim, apenas em casos graves, a secção parcial e cirúrgica desse músculo pode ser realizada”, diz o Dr. Marcelo.
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Dicas para evitar a síndrome
A boa notícia é que, adotando alguns hábitos, é possível evitar a síndrome. “Boa postura do pescoço para trabalhar, além de períodos de relaxamento e alongamento do pescoço e dos braços, ajudam a manter o equilíbrio muscular dessa região que é tão exigida no decorrer do dia de diversas profissões e também de quem passa horas no computador” finaliza o médico.
Fonte: Dr. Marcelo Amato, especialista em neurocirurgia e pioneiro no Brasil da cirurgia endoscópica de coluna.