Síndrome da gaiola: O medo de voltar à escola
No Brasil, uma estatística sombria tem pairado sobre a saúde mental da população: somos líderes mundiais em prevalência de transtornos de ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade. A inquietante realidade se aprofunda quando se observa a faixa etária dos 18 aos 24 anos. Isso porque eles respondem por 31,6% das pessoas com esse transtorno, estabelecendo-se como a faixa etária mais afetada no país. Essa inquietação mental pode levar ao fenômeno “Síndrome da Gaiola”.
O termo é uma alusão aos pássaros que continuam em cativeiro. Isto é, crianças e adolescentes que não querem ter contato com o mundo exterior e apoiam-se nas modalidades virtuais. Entenda.
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O que é a síndrome da gaiola?
A síndrome da gaiola é uma condição em que indivíduos, sufocados por ansiedades e pressões sociais, não querem sair de casa ou de seus quartos. Ou seja, relutantes em se aventurar no mundo exterior.
“O nome destaca a sensação de prisão e isolamento que caracteriza essa condição. Assim, enfatiza a importância de reconhecê-la e buscar ajuda para superar o ciclo de ansiedade, depressão e isolamento que pode resultar dela. O fenômeno ganhou proporções após a pandemia. Isso porque os jovens passaram a se sentirem mais seguros em casa”, comenta Juliana Frigerio, Diretora Acadêmica da WorldEd School, rede global de ensino americana.
Como lidar?
Estimular as crianças a interagirem com outras pessoas e com a natureza é fundamental para a saúde mental. Atua, ainda, no tratamento da síndrome. “Promover a conexão com os outros e com a natureza é uma das chaves para enfrentar a Síndrome da Gaiola. Além disso, para combater os altos índices de ansiedade. O Brasil pode liderar não apenas em prevalência, mas também na busca por soluções que fortaleçam a saúde mental de sua população. Assim, proporciona um ambiente favorável para o desenvolvimento emocional e social de seus cidadãos. É hora de quebrar as barreiras e criar laços para um futuro mentalmente mais saudável”, finaliza Frigerio.
Esse fator pode se tornar preocupante para os pais, pois a escola não proporciona apenas benefícios acadêmicos para os alunos. No entanto, é fundamental, já que contribui para a criação de valores, regras, politização, independência e habilidade de lidar com conflitos.