Sexagem fetal: saiba tudo sobre o exame que descobre o sexo do bebê

Gravidez e maternidade Saúde
16 de Março, 2023
Sexagem fetal: saiba tudo sobre o exame que descobre o sexo do bebê

É menino ou menina? Há um tempo, mamães e papais aguardavam cerca de três meses para realizar o exame de ultrassonografia afim de descobrir o sexo do bebê. Nos últimos anos, a medicina modernizou-se e a descoberta pode ser realizada rapidamente por meio do diagnóstico da sexagem fetal.

Coletado pelo sangue, a sexagem fetal tem sido cada vez mais utilizada — sem contar que é um dos protagonistas do famoso chá revelação.

Veja também: Terceiro trimestre de gravidez: sintomas, exames e cuidados

O que é sexagem fetal? 

A sexagem fetal é um exame de sangue que permite, de forma precoce, que os pais saibam o sexo do bebê antes mesmo da ultrassonografia convencional. “O desejo de conhecer o sexo do bebê é uma opção cada vez mais solicitada pelos casais. Portanto, há duas opções: um exame de sangue, conhecido como sexagem fetal, em torno de oito a dez semanas ou por ultrassom em torno de 12 a 14 semanas de gestação”, conforme explica o Dr. Álvaro Pigatto Ceschin, médico ginecologista, presidente da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).

Camila Ramos, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, ressalta que esse tipo de exame é utilizado para um único fim: descobrir o sexo do bebê. Portanto, ele não descarta a necessidade de exames futuros para avaliar o desenvolvimento fetal durante o pré-natal. 

Como funciona o exame de sexagem fetal?

Para realizar o exame, o sangue é coletado na gestante e a análise é feita pelo DNA fetal, presente na circulação da grávida. Desse modo, os resultados são obtidos com a pesquisa do cromossomo Y no sangue materno. De acordo com o médico “Se for encontrado o cromossomo Y, é porque se trata de um menino. Caso contrário, é porque se trata de uma menina”. 

sexagem fetal

A partir de quantas semanas posso realizar o exame?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a sexagem fetal precisa de um tempo para ser realizada. Portanto, de acordo com o Dr. Odilon Denardin, consultor médico, este exame pode ser feito a partir da oitava semana completa de gestação.  

Vale ressaltar que não existe um preparo para a realização da sexagem fetal. “Recomenda-se, apenas, que a mulher esteja alimentada e hidratada”, reforça a geneticista, Dra. Cristina Valleta de Carvalho.

Portanto, para ter resultados mais assertivos, recomenda-se que o exame seja feito entre a 10º semana e a 11º, já que neste período, as células fetais aumentam na corrente sanguínea da gestante. 

Como funciona o exame de sexagem fetal no caso de gêmeos?

De acordo com o Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução humana, o exame de sexagem fetal só vale no caso de gestação de apenas um bebê. Assim, dependendo do tipo de gêmeos, é feito um exame específico. Dessa forma, na sexagem fetal, o resultado será de apenas um dos bebês.

“Por exemplo, se a gestação for univitelina, ou seja, dividem a mesma placenta, eles têm o mesmo sexo e, portanto, o resultado indicará o sexo para ambos. Por outro lado, no caso de uma gestação gemelar bivitelina, ou seja, em placentas diferentes, o resultado pode ser parcial. Se o exame identificar o cromossomo Y, significa que pelo menos um dos bebês é do sexo masculino. Não sendo visto o cromossomo Y, significa que os bebês são do sexo feminino”, explica a Dra. Cristina.

Assim, outra opção é a ultrassonografia, mas ela só pode ser feita a partir da 12 semana de gestação. 

Riscos da sexagem fetal

O exame de sexagem fetal não apresenta contraindicações: “Não existe risco para mãe ou para o bebê na coleta de material para o exame de sexagem fetal, uma vez que é um procedimento não invasivo. Porém, este exame não é recomendado para gestantes que foram transplantadas ou que receberam transfusão sanguínea em um período inferior a seis meses”, alerta o Dr. Odilon.

Principais dúvidas sobre sexagem fetal 

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Precisa estar de jejum para fazer exame de sexagem fetal?

O exame de sexagem não exige nenhuma preparação prévia, por isso, não é necessário estar em jejum antes de coletar a amostra de sangue. Contudo, o ideal é que a gestante esteja sempre bem alimentada e hidratada para a realização do exame. 

O que pode interferir no exame de sexagem fetal?

Os fatores que podem interferir na sexagem fetal são: 

  • Gestante transplantadas que receberam doação de órgãos de um homem, o que possibilita um falso resultado de sexo biológico masculino para o feto;
  • Fertilização in vitro (FIV): neste caso, ao longo das tentativas de concepção, embriões implantados no útero da mãe podem não ter evoluído e acabam por ser reabsorvidos pelo organismo materno, e com isso, o exame pode apresentar um resultado falso.  
  • Doação de sangue em algum momento da vida.

O exame pode dar o resultado errado?

O consultor médico Odilon também explica que, apesar de existir uma possibilidade de erro no resultado, elas são mínimas e estão atreladas a outros fatores: “O resultado não conclusivo pode ocorrer, mas é muito incomum. Quando o exame apresenta um resultado não conclusivo, é por conta de limitações técnicas ou possíveis interferências na amostra. Para um esclarecimento destes casos inconclusivos, uma nova coleta deve ser feita após o período de 15 dias do exame inicial”.

Por fim, é importante reforçar a confiabilidade do exame: “O exame de sexagem fetal é confiável, mas como qualquer exame laboratorial, pode apresentar limitações, existirem interferências ou situações clínicas que geram resultados não compatíveis“, conclui.

Onde fazer o exame de sexagem fetal? 

O exame de sangue pode ser feito em laboratórios e consultórios médicos. No entanto, vale ressaltar que esse exame não é coberto pelo SUS e também não está no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), portanto, os planos de saúde geralmente não oferecem a cobertura. 

Em quanto tempo o resultado fica pronto?

Ainda segundo o Dr. Odilon Denardin, o prazo para o resultado do exame ficar pronto depende do laboratório onde será realizado. No entanto, por ser um exame de baixa complexidade e que não precisa de prescrição médica por não oferecer riscos à saúde da gestante, o resultado pode sair entre 3 a 10 dias em média. 

A sexagem fetal pode indicar alguma anomalia ou malformação do feto?

Não. Esse exame é feito exclusivamente para saber o sexo do bebê. Portanto, durante o pré natal, o médico poderá analisar outras condições do bebê.

Por que o exame de sexagem fetal pode dar inconclusivo?

Cerca de 5% dos casos de sexagem fetal podem ter o resultado inconclusivo, o que pode indicar limitações técnicas ou interferências no momento da coleta do sangue. Assim, o uso de medicamentos anticoagulantes como enoxaparina (Clexane), heparina (Liquemine e  varfarina (Marevan) também pode invalidar o exame. Portanto, nesses casos, a gestante deverá refazer o exame após 15 dias. 

Quem toma progesterona pode fazer sexagem fetal?

A progesterona é um hormônio frequentemente suplementado durante a gestação, já que diminui as contrações uterinas e desempenha um papel importante para evitar partos prematuros. Neste caso, mulheres que tomam esse hormônio podem fazer o exame de sexagem fetal sem se preocupar já que ele não interfere no resultado. 

Qual a diferença entre a sexagem fetal e outros exames tradicionais?

Por fim, a Dra. Cristina explica que a principal diferença entre a sexagem e os métodos tradicionais, como o ultrassom morfológico, está na forma de avaliação, no momento da realização e acurácia. “No ultrassom morfológico e no método do tubérculo genital – a avaliação é feita durante o teste ultrassonográfico e depende da posição em que o bebê está para a determinação mais precisa, bem como o período de melhor detecção é bastante variável”, completa.

Fontes:

  • Dr. Álvaro Pigatto Ceschin, médico ginecologista e presidente da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA);
  • Camila Ramos, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana;
  • Dra. Cristina Valleta de Carvalho, geneticista, gerente do aconselhamento genético na Igenomix Brasil;
  • Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução humana na Nilo Frantz Medicina Reprodutiva;
  • Dr. Odilon Denardin, consultor médico do Labi.

 

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