Sequelas pós-Covid: infecção pode reduzir aptidão física em até 10 anos
Tudo indica que o coronavírus causam mais um sintoma após a recuperação. É o que sugere uma pesquisa de revisão da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos, que avaliou as sequelas pós-Covid longa.
Entre eles lapsos de memória, dificuldade de concentração, dores de cabeça e fadiga. No entanto, os pesquisadores também descobriram uma queda relevante da aptidão física de alguns pacientes.
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Como foi feita a pesquisa sobre sequelas pós-Covid?
Para identificar o novo sintoma, o estudo reuniu a revisão de 38 pesquisas com 2.160 pessoas de 39 a 56 anos. Dessa população, 1.228 pessoas tiveram Covid longa, enquanto 932 se recuperaram sem sequelas pós-Covid. Ambos os grupos realizaram testes na esteira ou na bicicleta ergométrica para checar a capacidade cardiorrespiratória.
Como resultado, os voluntários sem resquícios da infecção apresentaram resistência aeróbica condizente com suas idades. Por outro lado, os indivíduos com Covid longa mostraram uma performance menor, com o limiar de alguém 10 anos mais velho. Em outras palavras, uma pessoa de 50 anos possui um desempenho de 60.
O “fenômeno”, o qual os pesquisadores chamaram de intolerância ao esforço, tem uma explicação. Além dos testes físico e cardíaco, houve a verificação da quantidade de oxigênio circulante nos músculos. Como achado, os cientistas observaram uma diminuição no fluxo de oxigênio no sangue, essencial para o movimento de contração dos músculos.
Outro problema que dificultou a boa performance foi a queda da frequência cardíaca durante o exercício. Mesmo com o aumento do estímulo, o fluxo sanguíneo não acompanhou o ritmo e interferiu na respiração.
O que é a Covid longa?
Desde o início da pandemia, o coronavírus é um dos principais objetos de estudo por provocar danos variados em organismos diferentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% a 20% das pessoas infectadas tenham sintomas a longo prazo e alerta que isso pode acontecer com qualquer um, mesmo quem teve a doença leve. Entretanto, o quadro é mais comum entre aqueles que tiveram a forma grave da infecção.
De acordo com o médico infectologista Moacyr Silva Junior, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, apesar de existirem vários estudos em andamento sobre a Covid longa, ainda não há respostas definitivas para explicar exatamente o que a causa.
Na Covid longa, os sintomas debilitantes geralmente persistem por mais de quatro semanas após o diagnóstico. Além disso, não há um tempo médio de duração, variando muito de caso a caso.
Os principais sintomas são:
- Alterações pulmonares (dificuldades respiratórias).
- Fadiga crônica e alterações cognitivas, como problemas de memória e associações de lógica, que podem durar meses.
- Perda de olfato e/ou paladar por tempo prolongado.