Sambar de salto alto pode prejudicar os pés. Veja os riscos
O carnaval está chegando, acompanhado do samba no pé. Por isso, é importante pensar nos cuidados ao sambar de salto alto. As mulheres que desfilam e passam muitas horas em pé sambando devem se prevenir para não sofrerem quedas, comuns até entre rainhas de bateria. Entenda agora como prevenir.
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Sambar de salto: riscos
O ortopedista e cirurgião André Perin alerta sobre os perigos de sambar de salto por um longo período.
“O salto alto pode gerar diversos prejuízos, pois o pé fica inclinado. Ao sambar, os riscos são maiores, já que o esforço e impacto na ponta do pé aumentam”, explica.
O Carnaval dura quatro dias, mas os ensaios e treinamentos são o ano todo. Por isso, o especialista lembra que, além de calosidade, dor e desconforto na região da lombar, uma das consequências do uso inadequado de saltos é a torção do tornozelo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a modelo e ex-dançarina do Faustão, Erika Schneider, no carnaval de 2022, ao desfilar em uma escola de samba paulista.
Como evitar prejuízos na hora de sambar de salto?
De acordo com o especialista, o salto maior tem maiores chances de lesão. Desse modo, é importante que o uso seja feito por quem já tem o costume. Outra dica é utilizar saltos menores e com bases maiores, para que o calcanhar tenha um apoio.
“Quando o sapato é muito novo, ainda não é bem ajustado ao pé, ajustar o calçado aos poucos pode evitar calos e feridas”, orienta o ortopedista, acrescentando que também se deve evitar saltos muito altos por muito tempo, pois pode causar inflamação de músculos e tendinites.
Afinal, como usar salto com segurança?
Se você ainda quer usar salto alto todos os dias, mas com segurança, veja algumas dicas que podem ajudar:
Palmilhas ortopédicas
Existem algumas recomendações que podem fazer com que as mulheres possam desfrutar do uso de um salto: usar palmilhas ortopédicas, massagear os pés ao final do dia, alternar o uso do salto com um calçado mais baixo e fazer alongamento e exercícios para o pé e panturrilha.
Modelo
De acordo com o médico ortopedista, Dr. Bruno Takasaki Lee, quanto mais largo o salto, melhor. Em entrevista anterior à Vitat, o especialista explicou que isso ajuda a aumentar a estabilidade e prevenção de entorse. Além disso, quanto mais baixo o salto, para redução na biomecânica da marcha, melhor além do peso do corpo ficar mais distribuído no calçado.
Tempo de uso
Também é preciso estar atento ao período de tempo que o corpo permanecerá com o sapato. “Não é recomendável o uso de salto por muitas horas consecutivas, especialmente se for ficar em pé ou caminhando. Se você tem alguma ocasião em que o salto alto faz parte do vestuário, use apenas durante o evento. Assim, se você precisa usar salto no seu trabalho, use um calçado baixo e confortável quando estiver indo e voltando, e reserve o uso do salto para o tempo necessário”, diz Dr. Bruno.
O especialista ainda alerta aos riscos associados ao uso de salto alto. “Por diminuir a superfície de contato do pé com o chão, a pessoa está mais suscetível a sofrer entorses do tornozelo e joelho. E o aumento do peso no antepé, aumenta as lesões por sobrecarga nessa região. Pode haver também sobrecarga muscular das panturrilhas, coxas, joelhos e na região lombar”, avisa.
Para evitar esses efeitos adversos, a melhor forma é a prevenção com exercícios de fortalecimento dos grupos musculares envolvidos quando se usa o salto. “Fortalecimento e alongamento da musculatura dos membros inferiores são palavras de ordem além de cuidados com a região lombar e abdômen que ajudam a reduzir os efeitos lesivos da alteração crônica da biomecânica e centro de gravidade do corpo”, afirma o ortopedista.
Fonte: André Perin, ortopedista e cirurgião, e Dr. Bruno Takasaki Lee, médico ortopedista.