Mulheres e reinfectados têm mais riscos de ter covid longa, aponta estudo
As causas da covid longa ainda estão sendo exploradas por cientistas no mundo inteiro. O motivo do interesse no tema é ajudar os pacientes que mesmo após terem se infectado e se recuperado da covid-19, permanecem com sintomas que podem durar meses, afetando significativamente a qualidade de vida dessas pessoas. Agora, uma nova pesquisa mostra que mulheres e reinfectados têm mais riscos de desenvolver a covid longa. Entenda!
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Mulheres e reinfectados têm mais riscos de desenvolver covid longa
De acordo com um estudo feito pelo Instituto Todos pela Saúde e pelo Hospital Israelita Albert Einstein e divulgado na última sexta-feira, 6/1, há novos motivos para se desenvolver covid longa. Os pesquisadores apontaram que ter sido infectado por covid-19 duas vezes ou mais ou até mesmo não ter tomado a quarta dose da vacina aumentam os riscos de permanecer com os sintomas por mais tempo. Além disso, o estudo aponta que mulheres são mais afetadas pelos efeitos da covid longa, porém, ainda não se sabe as causas desse fenômeno.
A pesquisa, formato pré-print, que permite que permite a divulgação sem estar completamente finalizada, ainda passará pela revisão de outros especialistas. Assim, mais da metade dos participantes do estudo, 51,4%, que contou com dados de mais de 7 mil pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 entre 2020 e 2022, tiveram três ou mais sintomas de forma persistente. Já outros 33% apresentaram apenas um sintoma e, por fim, 14% manifestaram dois sintomas.
Dessa forma, o estudo mostrou ainda que a reinfecção aumentou significativamente, em 27%, a chance de apresentar sintomas persistentes. Nesse sentido, seguir o calendário de vacinação completo de covid-19, pode ajudar a reduzir as chances da covid longa.
“Até um assintomático pode ter covid longa. Então, as pessoas têm que continuar se protegendo e se vacinando e não acharem que, se você pegar a doença uma segunda vez, vai ser mais leve”, afirmou Alexandre Marra, pesquisador do Einstein ao Jornal Estadão.
Efeitos da covid longa
Ao analisar os efeitos da covid longa, a FioCruz Minas identificou 23 sintomas diferentes. Entre eles, os principais:
- Fadiga: foi o efeito predominante da Covid longa, relatada por 115 pessoas do estudo. Como consequência, o cansaço é extremo até para atividades do dia a dia.
- Tosse persistente: ao todo, 110 participantes sofreram com o incômodo.
- Dificuldade para respirar: 86 pacientes relataram o incômodo, mesmo em repouso.
Além das sequelas acima, os voluntários apresentaram dores de cabeça, perda do olfato ou paladar e transtornos emocionais, como insônia, ansiedade e tontura. Contudo, pouco mais de 6% dos participantes tiveram trombose, e receberam tratamento para controlar a complicação.
Outra descoberta foi que os efeitos da Covid longa podem surgir independentemente do quadro da doença, dividido em grave, moderado e leve.
Vacinação
Por fim, a pesquisa apontou que somente o esquema vacinal com quatro doses pode oferecer proteção suficiente contra os sintomas persistentes. Assim, de acordo com os pesquisadores, a quarta dose pode reduzir 95% de chances de covid longa em relação a outro grupo não vacinado.
De acordo com um dos autores da pesquisa, Vanderson Sampaio, em uma declaração para o Jornal Estadão, os números demonstram que a proteção contra casos graves e covid longa aumenta a cada dose tomada. Nesse sentido, a quarta aplicação é fundamental para garantir a proteção contra o agravamento da doença e contra os quadros prolongados. Sampaio afirma ainda que os estudos ainda não são conclusivos sobre o tamanho da proteção dada pela terceira dose contra a covid longa e, por isso, a recomendação principal agora é buscar o esquema completo.