Retirar a vesícula emagrece? Especialistas respondem
A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado logo abaixo do fígado. Sua principal função é armazenar a bile produzida por ele – líquido que atua na digestão dos alimentos que comemos. Contudo, algumas pessoas podem desenvolver complicações que exigem a remoção dessa estrutura – aí, surgem algumas dúvidas, por exemplo: retirar a vesícula emagrece ou pede alguma mudança na dieta? Saiba mais a seguir:
Como funciona a vesícula e quando é preciso retirá-la?
O Dr Diogo Balestra, médico cirurgião geral e especialista em aparelho digestivo, explica que, quando comemos algo gorduroso, o cérebro envia um sinal para que a vesícula se contraia e mande bile para o intestino – iniciando, assim, a digestão dos alimentos juntamente com as enzimas do pâncreas.
A cirurgia de retirada do órgão (chamada de colecistectomia) é indicada quando aparecem cálculos (pedras), pólipos (maiores que um centímetro) ou quando ele inflama. Assim, o objetivo é acabar com os riscos de complicações, como pancreatite, ou de processos inflamatórios que podem agravar o quadro de saúde dos pacientes, complementa o Dr Alexandre Nishimura, cirurgião coloproctologista.
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Afinal, retirar a vesícula emagrece?
Os dois profissionais afirmam que não há relação direta entre o procedimento e a perda de peso.
“O que pode acontecer após a retirada da vesícula é soltar um pouco o intestino. Em torno de 10% dos pacientes têm um período (alguns meses) com fezes mais líquidas”, explica o Dr Diogo Balestra.
Além disso, o Dr Alexandre Nishimura também conta que algumas pessoas que fizeram a gastroplastia redutora (cirurgia bariátrica) desenvolvem quadros de pedra na vesícula — precisando, desse modo, da colecistectomia.
Por isso, se você percebeu um emagrecimento sem motivo aparente após o procedimento, o mais indicado é consultar seu médico.
É preciso mudar a alimentação?
Durante as primeiras semanas depois da cirurgia, os especialistas recomendam adotar uma dieta mais leve e pobre em gorduras. Vale, portanto, investir nas fibras e nos modos de preparo mais saudáveis (como grelhar e cozinhar em vez de fritar), além de evitar alimentos pró-inflamatórios.
“Se você come muitos itens pró-inflamatórios, como açúcares, ultraprocessados, embutidos e frituras, pode ter um maior processo inflamatório pós-operatório e gerar quadros de dores nas incisões”, finaliza Alexandre Nishimura.
Fontes: Dr Diogo Balestra, médico especialista em aparelho digestivo, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM); e Dr Alexandre Nishimura, cirurgião coloproctologista.