Novo tratamento contra a Retinopatia da Prematuridade é aprovado pela Anvisa
A retinopatia da prematuridade é uma das condições que exige um acompanhamento especial em bebês, já que pode causar sangramento ocular, descolamento da retina e até mesmo cegueira. Cerca de 25% das crianças prematuras são acometidas pela doença anualmente. Contudo, após um estudo clínico publicado na revista científica Jama, um novo tratamento apresentou resultados promissores e foi aprovado para uso pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Saiba mais a seguir.
Veja também: BRUE: conheça a condição que causa mal súbito em bebês
Retinopatia da Prematuridade: novo tratamento
O medicamento chamado Aflibercepte, aprovado em abril, deste ano já possui aprovação da agência para degeneração macular relacionada à idade, edema diabético e outros. Contudo, com relação à retinopatia da prematuridade (ROP), a medicação se torna ainda mais importante no tratamento, já que tem uma ação muito significativa no desfecho visual que os pacientes prematuros terão na vida adulta.
Os estudos comprovaram que o medicamento é seguro para o uso em prematuros, sem ressalvas, e o tratamento já pode ter início logo após o nascimento do bebê, sem restrições de idade. Além disso, o Aflibercepte tem aplicação única e pode diminuir o risco de complicações oculares nos pacientes tratados.
Atualmente, a ablação a laser é a técnica mais convencional de tratamento. O procedimento consiste na aplicação de laser na retina do bebê, com o objetivo de frear o crescimento inadequado dos vasos sanguíneos. Porém, o estudo de comparação entre o laser e o novo medicamento demonstrou que o sucesso do tratamento foi numericamente maior em pacientes que receberam tratamento com Aflibercepte em comparação com aqueles que receberam terapia a laser.
Além disso, o laser pode gerar perda do campo visual e exige cuidados adicionais como por exemplo anestesia geral.
Diagnóstico da retinopatia da prematuridade
Realizado através do exame de fundo de olho, o diagnóstico é feito por um médico oftalmologista com experiência para identificar as alterações retinianas. “Quando pensamos nessa condição, é preciso ter como foco a importância do diagnóstico e acompanhamento do paciente. Quanto mais prematuro e também quanto menor o peso ao nascer, maior é o risco de desenvolver a retinopatia da prematuridade. Nos casos mais graves da doença podem inclusive levar a alterações retinianas que implicarão na perda de visão destes pacientes”, afirma Dra. Maria Rita Burlamaqui, médica oftalmologista.
A recente aprovação já garante acesso ao tratamento, uma vez que o bebê pode receber a medicação ainda hospitalizado. “A ideia é que estes pacientes tenham o diagnóstico o mais rápido possível e uma vez que a doença seja identificada, o tratamento deve ser prescrito e a legislação vigente garante a cobertura para pacientes hospitalizados, facilitando o acesso”, finaliza a médica.
Como prevenir a doença
A futura mãe precisa comparecer a todas as consultas pré-natal e ter hábitos saudáveis para evitar que o bebê nasça antes do esperado. Portanto, realizar todos os exames e tomar todos os cuidados prescritos pelo seu obstetra previnem a maior causa da retinopatia, que é o parto prematuro. Depois do nascimento do bebê, vem a etapa de inserir a rotina com o pediatra, profissional focado em cuidados infantis e capacitado a indicar outras especialidades médicas, se houver necessidade.
Fonte: Dra. Maria Rita Burlamaqui, médica oftalmologista.