Reposição hormonal masculina: em quais casos ela é necessária?
Embora seja menos comentada, a reposição hormonal masculina também é algo comum. Assim como as mulheres, o organismo dos homens pode apresentar deficiência de alguns hormônios.
De acordo com Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, no caso dos homens, a reposição pode ser útil se houver a queda dos níveis de testosterona, sobretudo após os 40 anos de idade.
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Como saber se a reposição hormonal masculina é necessária?
Além da testosterona baixa, Lerario explica que alguns sintomas ajudam a sinalizar a indicação da terapia. “Junto dela [testosterona baixa], podem vir queixas como cansaço excessivo, irritabilidade, reduzido vigor físico e falta de desejo sexual. Há também alguns sinais físicos. Por exemplo, queda de pelos no corpo, redução da massa muscular e mais dificuldade em manter o peso adequado”, diz.
Muitos homens sentem os sintomas e convivem com eles, pois creem que são “normais para a idade”. Mesmo com a insatisfação e a qualidade de vida abalada, não consideram procurar um médico endocrinologista para avaliar as causas.
Por isso, o especialista orienta uma consulta médica, realização de exames clínicos e laboratoriais para descartar doenças que possam causar os sintomas.
“Identificada a queda hormonal, o médico poderá sugerir mudanças na rotina do paciente. Além disso, quando necessário, medicamentos ou a participação de outros profissionais no tratamento, como nutricionista, para ajustes na alimentação”, comenta.
A menopausa dos homens
Segundo Daniel Lerario, a partir dos 40 anos, boa parte dos homens, terá algum ou diversos sintomas que indicam queda na produção de testosterona. A fase, chamada andropausa, é semelhante à menopausa nas mulheres.
“Contudo, a diferença no organismo masculino é que não há um episódio marcante, como a interrupção do ciclo menstrual, tornando o diagnóstico mais difícil”, explica.
A falta de informação é outro obstáculo. Afinal, poucos homens conhecem a condição, bem como os seus sintomas. É também notório que os homens tendem a cuidar menos da própria saúde, procurando um médico apenas em casos extremos.
Há, inclusive, algumas situações específicas que desencadeiam ou aceleram o processo de redução dos níveis de testosterona. Por exemplo, estresse psicológico, abuso de álcool, acidentes, cirurgias, uso de alguns medicamentos, obesidade e infecções.
Sintomas para ficar de olho
Os sintomas abaixo podem significar o início da andropausa. Então, caso você sinta um ou mais deles, procure um médico endocrinologista.
- Cansaço excessivo.
- Alterações do humor frequentes e irritabilidade.
- Ondas de calor e insônia.
- Diminuição da libido e/ou de ereção.
- Redução da quantidade de pelos no corpo.
- Perda da massa muscular e aumento de gordura corporal.
- Dificuldade de concentração e perda de memória.
Diagnóstico para reposição hormonal masculina
Antes de mais nada, nem todos os homens precisarão de tratamento ou desenvolverão sintomas incômodos. Por isso, é importante manter o check-up em dia para descobrir possíveis alterações hormonais.
O diagnóstico da deficiência é feito pela dosagem laboratorial destes hormônios e, uma vez confirmado o diagnóstico de andropausa, o tratamento será personalizado.
“Aliás, vale enfatizar que repor hormônio masculino para quem tem deficiência é uma prática com respaldo científico e validada pelas sociedades médicas. Condena-se, no entanto, a suplementação de hormônios para pessoas que não precisa, para fins estéticos e desportivos”, afirma o médico.
Quanto aos cuidados, o profissional pode prescrever medicamentos que estimulam o corpo a produzir o hormônio masculino ou a reposição de fato, por via injetável ou gel.
“A reposição hormonal masculina é bem tolerada e os pacientes notam muitos benefícios. Mas é fundamental que as pessoas em tratamento tenham um controle médico periódico. Afinal, são medicamentos controlados e não são isentos de efeitos adversos”, finaliza Lerario.
Por fim, mas não menos importante: a falta de diagnóstico e de tratamento pode influenciar outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, fragilidade óssea e até mesmo a depressão.
Fonte: Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina.