Reposição hormonal: saiba o que é e quando é indicada
A reposição hormonal é útil para diversos fins, entre eles para atenuar os desconforto da menopausa que algumas mulheres sentem. Apesar dos benefícios, nem todo mundo pode aderir ao tratamento. A seguir, a endocrinologista Lorena Lima Amato esclarece as principais dúvidas e derruba alguns mitos sobre o tema.
Veja também: Afinal, como evitar o ganho de peso na menopausa?
Perguntas frequentes sobre reposição hormonal
O que é reposição hormonal?
Como o próprio nome sugere, a reposição hormonal é uma terapia que consiste na “recuperação” de hormônios, cuja produção cai naturalmente com o envelhecimento. Principalmente o estrogênio e a progesterona, pois a queda é maior durante a menopausa, o que justifica a necessidade da administração das substâncias em certos casos. Além disso, a reposição pode favorecer o público masculino em algumas situações.
Quando fazer?
De acordo com Lorena, o tratamento é indicado quando há comprovação da falência dos ovários e testículos. Ou seja, sobretudo quando a mulher sofre muito com os sintomas da menopausa. Para esses quadros, a reposição hormonal pode trazer inúmeras vantagens para a saúde e qualidade de vida.
Existe alguma contraindicação?
“Sim. Para os casos de câncer de mama e endométrio, alguns raros cânceres de ovário, doenças com alto risco cardiovascular, acidente vascular cerebral (AVC) e alto risco de trombose. Pessoas com doenças clínicas descompensadas, como doença hepática e renal, também não devem fazer uso da reposição”, explica a endocrinologista.
Quais são os benefícios?
A princípio, a reposição oferece muitas melhorias, segundo Lorena. “Mas destaco a diminuição ou até o desaparecimento dos fogachos e os sintomas gênito urinários, como atrofia e lubrificação vaginal, atrofia da uretra que, em longo prazo, acaba levando à incontinência urinária. Como resultado, a terapia melhora a saúde óssea, cardiovascular e psíquica”, enumera. Por fim, a reposição hormonal tem um papel importante para o sono porque trata os fogachos, que surgem durante a madrugada. Além da testosterona, está indicado o uso da progesterona, que ajuda na qualidade do sono.
Existem outras alternativas à terapia?
Quando há contraindicações, os fitoterápicos antidepressivos que podem ajudar nos fogachos. “Todavia, há algo que sempre insisto com os meus pacientes: o hábito de vida saudável, que sempre melhora vários aspectos. Portanto, uma mulher que não pode fazer o tratamento, pode manter a saúde óssea com atividade física, alimentação equilibrada. Tudo isso ajuda no bem-estar psíquico e físico”, ressalta Lorena.
É verdade que o tratamento causa câncer?
Essa crença é um mito — a terapia não influencia no desenvolvimento de um câncer. “O que pode acontecer é já existir um câncer e a reposição estimular o crescimento daquela célula. Por isso, é importante fazer os exames de rotina antes de iniciar a reposição hormonal e no seguimento da terapia”, aconselha Lorena.
A reposição hormonal emagrece?
“Apesar de sabermos que na menopausa acontece uma mudança da composição corporal feminina, maior acúmulo de gordura, principalmente em tronco, e uma perda da região subcutânea e com potencial de ganho de peso, a reposição hormonal não garante emagrecimento. Até porque as doses não chegam nem perto dos níveis hormonais da juventude, pois é usada uma dose bem baixa. Um exemplo é o anticoncepcional que tem a dose bem maior que a utilizada na reposição hormonal”, pontua a especialista.
A reposição hormonal faz crescer pelos?
Esta é outra dúvida comum, porém não é verdade. Sem ela, pode haver um desequilíbrio e até acontecer de nascer mais pelos, mas a reposição hormonal não causa isso.
Fonte: Lorena Lima Amato, endocrinologista pela FMUSP, com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM); e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.