Refluxo no carnaval: saiba como evitar o desconforto
A poucos dias da folia — que já começou o esquenta em muitas cidades do Brasil — muita gente não vê a hora de se jogar nos bloquinhos e festas carnavalescas. Embora a diversão seja necessária e merecida, os excessos também são quase inevitáveis. Bebidas alcoólicas, alimentação rica em gorduras e petiscos são praticamente regra nesses dias. Por esse motivo, pode surgir o temido refluxo durante o carnaval, desconforto capaz de jogar um balde de água fria nos ânimos.
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Como evitar o refluxo no carnaval?
Antes de mais nada, é importante entender o que é refluxo, que não é um sintoma, mas uma doença que indica a inflamação da mucosa do estômago e/ou esôfago. Logo, a azia e outros incômodos são um possível indício do problema.
“Dor no peito, regurgitação, tosse, rouquidão, pigarro e por aí vai. Tudo isso aparece por conta da corrosão provocada pelos ácidos digestivos que normalmente, são consequência da ingestão dos alimentos gordurosos, industrializados e picantes. Ou seja, grandes vilões para quem tem refluxo que estão entre os mais consumidos durante a folia carnavalesca”, explica Rodrigo Barbosa, cirurgião do aparelho digestivo.
Logo no primeiro sinal do inconveniente, é comum recorrer a medicamentos, como chás, antiácidos e protetores do estômago. Contudo, os hábitos de alimentação e estilo de vida são o principal problema ou solução para o refluxo.
“As medidas essenciais para prevenção do problema são: mastigar bem, não ingerir líquidos durante as refeições, evitar o tabagismo, comer de maneira fracionada e não se deitar logo após se alimentar”, aconselha o médico.
Além disso, Barbosa recomenda não ingerir gorduras e outros alimentos que fogem do cardápio habitual, já que o refluxo pode ir além do carnaval e se tornar uma doença crônica.
Diagnóstico e tratamento
Antes de se preocupar, procure um gastroenterologista — só o profissional pode identificar o problema. Primeiro porque o refluxo gastroesofágico pode ser confundido com alguma doença cardíaca devido aos incômodos na região da caixa torácica, por onde o esôfago passa.
Então, evite se automedicar para curtir o carnaval, pois os medicamentos sem prescrição podem mascarar os sintomas e dificultar a descoberta do refluxo.
Na consulta, o profissional pedirá exames específicos — como endoscopia digestiva alta e laringoscopia. Eles ajudarão a reconhecer inflamações e informarão o nível de acidez do líquido estomacal. Estilo de vida, alimentação e histórico de doenças também são investigados para fechar o diagnóstico.
Caso você tenha refluxo gastroesofágico, serão necessárias algumas mudanças no seu estilo de vida, conforme falamos anteriormente. Por exemplo:
- Alguns alimentos como café, frutas cítricas, bebidas gaseificadas, certos tipos de temperos e frituras poderão ser riscados do cardápio;
- Perder peso (se você estiver com sobrepeso);
- Levantar a cabeceira da cama de seis a oito polegadas (você pode fazer isso colocando blocos de madeira embaixo das pernas da cama ou uma cunha de espuma embaixo do colchão. Várias empresas têm produtos com esse fim);
- Esperar de 2 a 3 horas para se deitar após a refeição;
- Parar de fumar. A saliva ajuda a neutralizar o ácido e o hábito de fumar reduz a quantidade de saliva na boca e na garganta. O tabagismo também diminui a pressão no esfíncter inferior do esôfago e provoca tosse, causando episódios frequentes de refluxo ácido no esôfago.