Refluxo na gravidez: Quais são as causas e os tratamentos
O processo de gestação é mágico, mas nada fácil. Isso porque com o tempo, o corpo da mulher passa por diversas transformações para acomodar melhor o bebê. Além disso, problemas como o refluxo na gravidez costumam surgir.
A digestão, assim como todos os processos do corpo humano, precisa de uma engrenagem complexa para acontecer corretamente. Quando o músculo e os esfíncteres que impedem que o ácido do estômago saia do seu interior não funcionam de forma adequada, acontece o refluxo gastroesofágico.
Assim, o retorno do ácido gástrico para o esôfago em direção à boca pode causar azia, queimação e outros incômodos.
Mas por que ocorre o refluxo na gravidez?
“O problema acontece por dois fatores: o aumento da pressão abdominal e o efeito da progesterona — hormônio que prepara o endométrio (tecido de revestimento do útero) para a gestação”, explica Zuleica Barrio, gastroenterologista e coordenadora do NEDIC do Hospital Brasília.
Durante a gravidez, o útero ocupa mais espaço e pressiona outros órgãos internos, fazendo com que uma pequena porção de alimento já seja suficiente para “encher” o estômago. Isso, associado ao aumento da progesterona durante a gravidez, relaxa a válvula que separa o esôfago do estômago, podendo fazer com que o suco gástrico volte ao esôfago.
“Normalmente, as gestantes sentem azia e têm má digestão na segunda metade da gravidez, podendo começar antes. E o quadro só irá passar após o nascimento do bebê”, afirma a especialista.
É comum ter refluxo gastroesofágico na gravidez?
A resposta é sim. O refluxo gastroesofágico é muito comum durante a gravidez, sendo a azia o sintoma mais comum. Normalmente, a maioria das mulheres começa a sentir os sintomas ao final do primeiro trimestre, que vão aumentando ao longo da gravidez.
O quadro, de modo geral, não oferece riscos para a gestante. Sendo assim, os sintomas cessam após o nascimento do bebê. Mas podem retornar em gestações futuras.
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Como prevenir o refluxo na gravidez?
“Ainda que existam essas causas ligadas à gestação, é possível prevenir o desconforto adotando uma alimentação equilibrada e evitando o aumento de peso em excesso”, continua a médica.
Além disso, outras orientações da especialista são: evitar deitar com o estômago cheio, não tomar líquidos durante as refeições, diminuir o consumo de bebidas gasosas, não ingerir volumes grandes de alimentos e preferir uma dieta fracionada em várias refeições ao dia.
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Quais são os sintomas?
Os sintomas de refluxo gastroesofágico costumam ser desconfortáveis, mas comumente não apresentam gravidade. Os principais são:
- Azia e queimação;
- Arrotos frequentes;
- Regurgitação;
- Tosse de difícil controle.
Caso esses sinais fiquem intensos e recorrentes, busque orientação médica. O especialista poderá indicar antiácidos para neutralizar o ácido produzido no estômago e aliviar o desconforto. Não use medicamentos sem orientação médica.
Tratamento
Segundo Zuleica, o tratamento consiste nas medidas comportamentais e dietéticas já descritas. Além disso, também pode ser indicado o uso de medicamentos anti-ácidos, bloqueadores da produção ácida e procinéticos. É importante salientar que não se deve usar medicamento sem prescrição médica, principalmente no primeiro trimestre da gestação.
Fonte: Zuleica Barrio Bortoli, gastroenterologista e coordenadora do Núcleo de Doenças Intestinais Complexas – Nedic, do Hospital Brasília, empresa da mesma rede de saúde integrada da Maternidade Brasília, a Dasa.